Muitas promessas e poucas mudanças fazem parte do cotidiano dos empresários da avenida Leoberto Leal, em Barreiros, São José. A última mudança e a que os empresários mais antigos afirmam ser a única, aconteceu em 2003. Após muitas reivindicações da AEMFLO e CDL-SJ, 700 metros da avenida se transformaram em quatro pistas, o que contribuiu para desafogar o trânsito da região.
A obra custou R$ 250 mil e muitas promessas do secretário dos Transportes e Obras da época, Adilson de Souza, ficaram no papel, como a humanização da Leoberto Leal, que passaria a contar com calçadas compostas por lajotas padrão na cor creme e personalizadas com um "S", de São José; canteiros com flores e guias para deficientes visuais.
A última promessa foi feita em fevereiro deste ano, pelo ex-secretário de Segurança, Transporte e Defesa Social, Edson Souza, que previa diversas alterações na avenida, como por exemplo, o desligamento de alguns semáforos e substituí-los por lombadas eletrônicas, com o objetivo de melhorar o tráfego na região. Porém nada foi feito e as promessas se vão juntas com os secretários e o tempo.
O empresário Geraldo Coelho, proprietário do Foto Coelhão, estabelecimento localizado há mais de 30 anos na avenida Leoberto Leal, afirma que foram poucas as mudanças realizadas no local em mais de três décadas. “Quando cheguei aqui eram duas pistas e tudo paralelepípedo. Melhorou quando mudaram para quatro pistas, mas a situação já era caótica, afinal esse crescimento era esperado, pois veio muita gente de fora”, relembra. O empresário conclui alegando que poucos foram os investimento no local.
“Raros foram os olhares dos órgãos públicos para uma das principais vias da Grande Florianópolis. Nesse tempo todo em que eu estou aqui, só arrumaram o passeio e fizeram quatro pistas. Sempre imaginei que a solução seria a implantação de um metrô de superfície que viesse de Florianópolis costeando pelo mar e fosse até Biguaçu retornando para capital. Ele tiraria carros e ônibus da avenida. Mas as autoridades competentes querem uma nova ponte. Porém com um terço do valor que iriam gastar para construir a quarta ponte seria possível viabilizar o metrô e ainda sobraria dinheiro”, explica.
Quem acompanhou o comércio e as lutas por melhorias parece ter o mesmo olhar sobre as soluções para melhorar a trafegabilidade na região. O proprietário da Badu Auto Peças, Valdoir Duarte, que há 28 anos trabalha na avenida Leoberto Leal, relata o descaso das autoridades. “Promessas e mais promessas e nada de ações. Construíram a Beira Mar Continental que não chegou nem aqui perto. Continua parada no Estreito, em Florianópolis. A saída está no transporte público, melhorar nossos ônibus, criar novas linhas, inserir outro tipo de transporte coletivo, afinal temos apenas um. Além disso, colocaram uma série de semáforos na avenida e às 18h ninguém consegue trafegar. Alguma coisa precisa ser feita e rapidamente, pois a situação é caótica e precisamos de uma resposta”, desabafa.
Para o diretor de Expansão da CDL-SJ (Câmara de Dirigentes e Lojistas), o empresário Fernando Nienkotter, é preciso estudar e colocar em prática novos projetos para melhorar a avenida. “Os últimos ajustes foram à duplicação da Leoberto Leal, mas faz tempo e a promessa de revitalização não saiu do papel. O projeto é simples, deveriam colocar passarelas, retirar algumas sinaleiras e substituí-las por lombadas eletrônicas e pensar em melhorar o transporte coletivo. Essas são medidas emergenciais que já mudaria consideravelmente o trânsito da avenida que termina na BR-101 e se torna uma fuga para quem quer ir para Biguaçu e evitar a via Expressa. Depois disso, deveria ser estudado um metrô de superfície ou outros projetos, porém o momento exige praticidade e agilidade dos órgãos públicos”, explica Nienkotter.
Fontes consultadas: Oi São José, Diário Catarinense
Avenida Leoberto Leal, uma das principais rodovias de São José, não suporta mais o trânsito caótico
Empresário Geraldo Coelho, 31 anos de avenida Leoberto Leal retorna para ponto onde tudo começou
