
Para isso, as garrafas são separadas por cor, moídas, descontaminadas e passam por um processo de moldagem para tecelagem de malhas. Essa malha reciclada possui uma textura leve, não agride a pele e é considerada um produto de alta qualidade, com uma resistência igual ou melhor que as outras camisas de tecido comum.
O incentivo à produção de camisas ecológicas ainda contribui para o desenvolvimento sócio-econômico do país, incentivando a geração de renda de pessoas ou cooperativas que vivem da reciclagem e diminuindo o volume de lixo nos aterros sanitários. A moda está pegando, e a tendência é as pessoas investirem cada vez mais no “verde”. Um exemplo foi a última Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, em que a seleção brasileira utilizou camisas ecológicas, feitas com plástico de oito garrafas PET e no lugar da linha para costura, foi utilizado cola. Essas mudanças acarretaram numa redução de 15% no peso da camisa em relação à versão anterior.
Redução essa sentida apenas na hora de vestir a camisa, pois na hora de pagar, o impacto é um aumento no bolso. Uma camisa ecológica da seleção brasileira custou aproximadamente R$ 230, já a réplica, feita com poliéster, custava em média R$ 180. Muitas pessoas questionam, até que ponto vale a pena investir no “ecologicamente correto”, já que comprar objetos reciclados podem custar mais caro, fato que pode ser revertido se o governo brasileiro incentivar empresas que reciclam matéria prima.
O presidente da empresa C-PAK, que é associada à AEMFLO e à CDL-SJ, Luiz Gonzaga, confirma que realmente alguns produtos são mais caros devido a complexidade do processo e a escassez de recicláveis. “O volume de material reciclável ainda é muito pequeno e o preço da matéria prima muitas vezes é mais caro do que a matéria virgem. O Brasil vive um momento delicado, com o monopólio de matéria prima plástica, que é a mais cara do continente americano. Eu pago US$ 3 mil , sem contar os impostos, a tonelada de polipropileno, enquanto a Argentina e os EUA pagam US$ 1.900 e a Venezuela US$ 1.350.”, analisa Gonzaga. O empresário acredita que a tendência é que o mercado “verde” reduza o custo ou até se torne competitivo. “O discurso de ser ecologicamente correto é quase que global e esse esforço vem da própria sociedade. Tudo caminha para esse sentido”, declara.
Fonte: Portal Copa 2010