Côrte destacou a força do setor em Santa Catarina, que soma 50 mil indústrias e gera 805 mil empregos. Dados mostram que o Estado já cresceu 3,4% em 2014 até agosto, enquanto o Brasil avançou apenas 1,9%. No entanto, apresentou os principais entraves que impedem o setor a se desenvolver ainda mais.
O mais grave problema enfrentado pelos empresários é a insuficiência de trabalhadores com formação adequada às necessidades das indústrias (46,7%). “As nossas empresas têm que encarar a nova realidade do mundo do trabalho, para manter nossos trabalhadores atualizados”, afirma o presidente da Fiesc, Glauco Côrte. Outras dificuldades apontadas são a demora e excesso de burocracia no serviço público (42,5%) e as condições de infraestrutura no Estado (36,4%).
Côrte também enfatizou que é preciso investir em educação, já que no cenário dos trabalhadores da indústria catarinense, 47% possuem escolaridade básica incompleta. Até 2015, a indústria brasileira precisará qualificar 7,2 milhões de profissionais e a demanda para Santa Catarina será de 461,5 mil. “A educação é fundamental para o crescimento socioeconômico do país. A medida que a qualificação aumenta, o salário do trabalhador acompanha esse aumento”, diz.
O presidente da Fiesc alertou que o mercado de trabalho vem perdendo força nos últimos tempos e que a tendência é continuar em queda nos próximos meses. “Estamos vivendo um período de inflação alta, superior a de 2012 e 2013, e de crescimento baixo. Não é um período confortável para o Brasil”, relata.
Os dados da Federação ainda mostram as prioridades na área de transportes e os empresários apontam a necessidade de pavimentação, duplicação e conservação das estradas (75,3%); diversificação dos modais de transporte (59,4%); ampliação e modernização das ferrovias (17,5%) e projetos de mobilidade urbana (16,7%).
O presidente do Conselho Deliberativo da AEMFLO e CDL-SJ, Roberto Deschamps, afirma que o encontro foi muito produtivo e enaltece a participação dos membros dos conselhos e diretoria executiva, que proporcionou a troca de ideias. “Foi histórico para as entidades receber o presidente da Fiesc em nossa sede. Foram apresentados dados reais da indústria, além de também ser apresentada a diferença entre Santa Catarina e de outros Estados do Brasil, com um parque industrial acima da média, embora ainda com muitos pontos a melhorar”, finaliza.
