O QUE EMPRESÁRIOS DE SC ESPERAM DOS NOVOS GOVERNANTES

O crescimento econômico depende de uma série de medidas gerais e outras específicas para que os diversos setores da economia possam desenvolver o seu potencial. Cinco lideranças empresariais do Estado falaram à coluna sobre o que consideram importante que os novos governos federal e estadual executem para que SC e o Brasil obtenham maiores taxas de crescimento. Independentemente de quem vencer nas urnas, os desafios serão os mesmos e, em vários casos, necessitarão da ativa participação do Congresso. Para o presidente da Federação das Indústrias (Fiesc), Alcantaro Corrêa, as reformas e mais investimentos em infra-estrutura devem ser prioridade do governo federal. José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação de Agricultura (Faesc), diz que uma das prioridades deve ser o reconhecimento internacional pelo status sanitário de SC, livre de aftosa sem vacinação. O conselheiro do Sindicato das Indústrias Moveleiras de São Bento do Sul e vice-presidente da Fiesc, Arnaldo Huebl, entende como prioritário o pagamento de crédito de exportações. O presidente da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas (Fampesc), Clóvis Ferreira, afirma que a Lei Geral da Pequena Empresa é a prioridade maior do segmento. Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis e de Confecções de Blumenau, defende acordos bilaterais e combate à informalidade. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ FIESC – ALCANTARO CORRÊA / Infra-estrutura ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ – Um ponto forte do novo governo estadual deveria ser mais investimentos em infra-estrutura. Vamos ter, agora, um problema sério nos portos por falta de pessoas que façam a tramitação de cargas. Precisamos, também, de mais instalações nos portos de São Francisco, Itajaí e Imbituba. Por falta de rodovia, são necessárias cinco a seis horas para vir de Criciúma a Florianópolis. Quem é que vai fazer investimentos nessa região? Está ilhada. – Também vamos sugerir melhor gestão administrativa do Estado, imitando o que fez Minas Gerais, que contratou uma empresa de consultoria e vem obtendo melhores resultados. Queremos que sobre dinheiro no caixa Estado para investir em obras e pagar professores. – Para o governo federal não é diferente. É preciso uma melhor gestão, investimentos em infra-estrutura, redução ou eliminação de determinados impostos. Quanto às reformas, devemos começar pela política e fazer também a tributária e a trabalhista. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ FAMPESC – CLÓVIS FERREIRA / Lei Geral ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ – Nós, do segmento das micro e pequenas empresas, temos uma série de reivindicações ao governo federal. Acreditamos que é fundamental uma redução da carga tributári, melhor acesso ao crédito, redução da burocracia e acesso à tecnologia. Para conseguir recursos da Finep, tudo começa com R$ 200 mil, o que é muito para uma pequena empresa. – O setor agroindustrial necessita de políticas diferenciadas. Temos um grande potencial para o mel, por exemplo, mas não temos uma política para o setor. – Estamos apostando muito na sanção da Lei Geral da Pequena Empresa. Esperamos que nenhum senador apresente qualquer emenda e que a lei seja aprovada e sancionada após a eleição, para entrar em vigor no ano que vem. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ FAESC – JOSÉ ZEFERINO PEDROZO / Agronegócio ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ – O Estado precisa melhorar a infra-estrutura. Temos capital humano, condições econômicas para crescermos, mas nos ressentimos, ainda, principalmente no Meio-Oeste e Extremo-Oeste, de melhor sistema de transportes rodoviário, aéreo e ferroviário. – Para o nosso setor, é fundamental a conquista do reconhecimento do Estado como área livre de aftosa sem vacinação em nível internacional. Com a perda do mercado russo, exportamos, este ano, 40% menos carne suína. – Para o governo federal, a prioridade é infra-estrutura e juros menores. Achamos também que o Brasil deveria seguir o exemplo de outros países, criando adidos comerciais do agronegócio nas embaixadas porque somos fortes no setor e não temos quem nos defenda. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ SETOR MOVELEIRO – ARNALDO HUEBL / Incentivos fiscais ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ – Gostaríamos que tanto o governo estadual quanto o federal encontrassem uma forma rápida e justa para a devolução dos incentivos fiscais retidos. Isso ajudaria muito o setor no final do ano e para a continuidade dos negócios. Em agosto, o ministro Paulo Bernardo prometeu uma solução em 20 dias e não aconteceu nada. – Em infra-estrutura, temos o problema dos portos. Eles estão sendo ampliados, mas não há uma vazão rápida dos contêineres. O aumento das importações também está afetando. – Para o governo federal, acredito que a reforma tributária é a mais importante. Não se pode mais imaginar importar equipamentos para competir no mercado mundial porque a carga tributária é muito grande. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ SETOR TÊXTIL – ULRICH KUHN / Acordos Internacionais ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ – Para o setor têxtil, o governo federal deveria mudar a política de negociações de acordos internacionais. Sair de uma postura geopolítica acadêmica e partir para uma mais pragmática. Precisamos ter acordos com os maiores mercados: EUA e União Européia. – Como o vestuário é intensivo em mão-de-obra, o país deveria deveria reduzir os encargos trabalhistas para o setor, sem alterar o direito dos trabalhadores. Também deveria aparelhar melhor o sistema de controle de importações, porque, hoje, 40% do que entra de confecções no país é contrabando. – O governo estadual ajudaria muito se combatesse a informalidade, que continua elevada e prejudica as empresas formais. Cerca de 50% da produção têxtil é informal, o que é catastrófico. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Por Estela Benetti – DC

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