A AEMFLO e a CDL de São José, alinhadas às posições de suas federações — FACISC e FCDL/SC — manifestam preocupação com o avanço, no Senado Federal, das propostas que tratam da redução da jornada semanal de trabalho para 36 horas e da extinção da escala 6×1.
Reconhecemos a importância de discutir a modernização das relações de trabalho. No entanto, alterações estruturais dessa magnitude precisam ser tratadas com responsabilidade, embasamento técnico e amplo diálogo com o setor produtivo. Ignorar as especificidades das diferentes atividades econômicas, especialmente aquelas que exigem operação contínua, cria riscos que vão desde a insegurança jurídica até o aumento significativo dos custos operacionais.
Assim como destacou a FACISC, o Brasil já possui uma das maiores cargas tributárias do mundo e enfrenta um sistema especialmente oneroso de encargos sobre a folha. Qualquer mudança legislativa que aumente os custos empresariais, sem medidas de compensação ou implementação gradual, compromete a competitividade, reduz a capacidade de geração de empregos e prejudica o ambiente econômico.
A AEMFLO e a CDL de São José também reforçam a preocupação levantada pela FCDL/SC: a PEC nº 148/2025, ao impor uma redução drástica da jornada, pode elevar em até 30% as despesas com mão de obra em setores que dependem fortemente de equipes amplas e de escalas de atendimento estendido — realidade comum no comércio e nos serviços. Isso afeta especialmente empresas familiares e pequenos negócios, que podem ser forçados a cortar investimentos, reduzir equipes ou até encerrar suas atividades.
Os efeitos sobre a produtividade e a competitividade catarinense seriam igualmente severos. Santa Catarina construiu sua força econômica sobre eficiência, inovação e capacidade de adaptação, fatores que seriam diretamente atingidos por uma medida que carece de viabilidade prática e ignora as realidades regionais.
Diante disso, a AEMFLO e a CDL de São José defendem que qualquer alteração na legislação trabalhista seja fruto de diálogo amplo, transparente e responsável, sempre buscando equilíbrio entre a proteção ao trabalhador e a sustentabilidade das empresas. Reiteramos também que a Reforma Administrativa deve ser priorizada, como caminho essencial para melhorar o ambiente de negócios no país.
Como entidades representativas do setor produtivo josefense, que representam cerca de 4 mil empresas, seguiremos vigilantes e atuantes, em defesa das empresas, do emprego e do desenvolvimento econômico de São José e de Santa Catarina.
Gilberto João Rech
Presidente da AEMFLO e CDL de São José