Nos primeiros sete meses de 2011 o Governo Federal já arrecadou mais de R$ 1 trilhão em impostos - 21% a mais que o mesmo período do ano passado. Em Santa Catarina o impostômetro marca quase R$ 10 bilhões nos primeiros oito meses do ano. O recorde não assusta quem acompanha as iniciativas do governo, que desde 2006 trabalha para coibir qualquer tentativa de sonegação fiscal.
O aliado da Receita Federal nessa luta é o T-Rex, um supercomputador que leva o nome do devastador Tiranossauro Rex. O software Harpia, ave de rapina mais poderosa do país, tem a capacidade de aprender com o comportamento dos contribuintes para encontrar as irregularidades dos sonegadores. O supercomputador, uma herança do Governo Lula, integra e cruza informações das secretarias estaduais da Fazenda, instituições financeiras, administradoras de cartões de crédito e cartórios.
O sistema que logo estará operando com todos os seus dispositivos, é considerado um dos mais modernos e eficientes já construídos no mundo. E é composto por um banco de dados, formado por meio da Nota Fiscal Eletrônica, Sped Contábil, Sped Fiscal, conhecimento de Transporte Eletrônico, informações sobre atividades imobiliárias e operações com cartões de crédito e também das DIRF's, RAIS, Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Física, entre outros mecanismos que ainda estão sendo criados e implantados. A supermáquina antissonegação, criada para fechar todas as saídas para quem sonega impostos, forma um ciclo de 30 meios de informações que se cruzam na Receita.
De acordo com vice-presidente de Administração da AEMFLO e CDL-SJ, Nilson Göedert, a tendência é que mais recordes serão batidos e o cerco deve ficar ainda pior nos próximos dois anos. “Os valores arrecadados mostram a força da Receita Federal para coibir a sonegação, e essa realidade é aprimorada a cada dia. Vejo isso como positivo, pois se todos trabalharem legalmente competiremos de igual para igual, mas se alguns não pagarem, o bom pagador não aguentará e acabará quebrando. Estive recentemente em alguns países vizinhos e os comerciantes não te oferecem nota fiscal e sim já te entregam automaticamente. No Brasil, perguntam se queres a nota e essa cultura precisa ser mudada para não haver concorrência desleal”, explica. Göedert conclui dizendo que a grande dúvida da sociedade é se o gasto do dinheiro recolhido com impostos é tão eficiente quanto às formas tecnológicas criadas para arrecadá-lo.
O vice-presidente também acredita que a perfeição do sistema de arrecadação se aprimora tanto, que daqui a dois anos a Receita Federal passará a oferecer a declaração de imposto de renda já pronta, para validação do contribuinte. E que com diversos cruzamentos de informações, isso já poderia ser feito hoje.