A perda auditiva é mais comum do que se imagina! Uma pesquisa da OMS (Organização Mundial de Saúde) revela que cerca de 360 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com algum tipo de perda auditiva. E, engana-se quem pensa que este problema atinge somente os idosos. Ainda de acordo com a pesquisa, em países desenvolvidos mais de 43 milhões de pessoas, de idades entre 12 e 35 anos, já sofrem de surdez.
Os fonoaudiólogos Sandra de Santana, Vanessa Guerreiro e Maycom Duarte, da Clínica Digsom, são especialistas no assunto. Os profissionais alertam como a perda auditiva pode atrapalhar a vida profissional e social das pessoas. “A perda auditiva causa dificuldades na comunicação, que podem resultar em distração, falta de concentração, ansiedade, raiva, embaraço, silêncio, frustração e até causar depressão, provocando um distanciamento tanto nas relações profissionais quanto pessoais”, alerta Vanessa.
Segundo os fonoaudiólogos, a perda auditiva pode ser ocasionada tanto por doenças, como meningite, caxumba, rubéola, otosclerose, infecções, acúmulo de cera no ouvido, quanto por ruídos excessivos. “Explosões, locais de trabalho barulhentos, escutar música alta (nos fones de ouvido ou não) e outras atividades de recreação, como motociclismo, aumentam o risco de perda auditiva”, revela Duarte.
Vanessa lista alguns sinais que podem mostrar que uma pessoa está perdendo a audição: passa a ter dificuldade de entender o que os outros falam, pede constantemente para repetir o que foi dito, precisa aumentar o volume da televisão e prefere manter-se isolado.
Para desenvolver ou devolver as habilidades auditivas a essas pessoas, existe um tratamento chamado reabilitação auditiva. Duarte ressalta que quanto antes procurar ajuda, maiores são as chances de reverter a condição ou minimizar os sintomas com o tratamento adequado. “Assim que for constatada a deficiência auditiva, o paciente precisa iniciar imediatamente o tratamento, com o uso de dispositivos que amplificam o som e devolvem a capacidade de percepção auditiva, como os aparelhos de amplificação sonora e o implante coclear, este último indicado para quem tem perda auditiva profunda”, relata.
Sandra afirma que a reabilitação auditiva proporciona aos pacientes um melhor desempenho das suas funções. “O tratamento deve ser acompanhado por um profissional habilitado, que irá adequar a quantidade de energia sonora liberada a cada fase, respeitando a sensibilidade auditiva de cada um e fazendo com que se adapte mais facilmente aos aparelhos de amplificação”, revela a fonoaudióloga. Além disso, Duarte ressalta que a reabilitação auditiva gera mais qualidade de vida. “As pessoas passam a ter mais independência, autoestima, motivação e, como consequência, melhoram o relacionamento profissional e social”, reforça.
Para fechar com chave de ouro, os fonoaudiólogos dão dicas valiosas para prevenir a perda auditiva:
- Sempre reveze o fone de ouvido e mantenha um som moderado, por tempo não prolongado;
- Não manipule foguetes ou armas de fogo sem proteção auditiva;
- Faça um exame de audiometria anualmente para saber como está sua audição;
- Não fique exposto a ruídos diários acima de 85 decibéis sem utilizar um EPI (Equipamento de Proteção Individual);
- Em eventos musicais, evite ficar perto das caixas de som;
- Nunca coloque qualquer objeto, incluindo cotonetes, dentro de seu canal auditivo. Se o fizer, pode acabar forçando a cera para dentro e entupir o canal ou danificar o tímpano;
- Vacine seu filho contra sarampo e caxumba, pois os efeitos colaterais podem causar surdez;
- Procure nadar sempre em piscinas limpas;
- Evite remédios que tenham efeitos colaterais que venham a prejudicar a audição (consultar sempre a bula) e
- Ficar atento a zumbidos, dores leves ocasionais nos ouvidos e outros sintomas característicos da perda auditiva neurossensorial.
Crédito foto: site Portal Brasil