A economia deve mostrar sinais de avanço no segundo semestre de 2017. Pelo menos é o que acreditam os economistas. O gestor de fundos financeiros e administrador de carteiras, Rafael Costa da Silva, afirma que o segundo semestre do ano será um reflexo da queda dos juros. “Os juros caíram de 14% para 8,5% e isso impacta nas prestações. O segundo semestre promete ser muito bom para os consumidores e, consequentemente, para o varejo em geral, a construção civil, entre outros setores”, relata.
Segundo Silva, outro fator que tende a ajudar a retomada da economia é a recuperação da confiança, tanto do consumidor quanto do empresário. “As pessoas até tinham condições de trocar de carro ou celular, por exemplo, há uns meses atrás, mas não o faziam por desconfiança do governo. Agora, a confiança está se recuperando e isso vai alimentar o consumo e os investimentos no mercado”, explica.
O gestor de fundos financeiros destaca um porém: a recuperação do emprego ainda vai demorar para acontecer. “Os anos anteriores foram muito ruins. Os empresários precisaram se ajustar e para isso tiveram que fechar unidades e demitir colaboradores. Mas com a recuperação do consumo, as contratações devem melhorar no 4º trimestre do ano”, revela. Na crise, o administrador de carteiras conta que observou um fato: a consolidação setorial. “Com os pequenos empresários prejudicados, deu-se espaço para as grandes redes crescerem ainda mais”, diz ele.
Mas como toda crise, existe uma grande lição. “A economia têm ciclos. Tivemos um período de expansão até 2013. A partir de então, aqueles que tinham um otimismo exagerado tiveram que recuar. Quem estava preparado, tinha reserva e planejamento, saiu desta crise mais fortalecido”, revela.
Empresários acreditam na recuperação da economia
A classe empresarial está otimista com o segundo semestre do ano, mas segue cautelosa. O diretor-presidente da Liderança Serviços, Francisco Lopes de Aguiar, por exemplo, acredita que a economia brasileira deve se recuperar em um ritmo constante, mas lento. “Eu gosto do ritmo lento, desde que seja constante. Não haverá, nas próximas décadas, um crescimento tão grande como ocorreu em 2010, porque aquilo foi fruto de loucuras que foram cometidas e aprendemos a lição a duras penas, nos causando tanto sofrimento. Isso não se repetirá mais”, relata o empresário.
A Liderança Serviços foi afetada pela crise e teve uma redução na receita. “Vínhamos crescendo em um ritmo sempre acima de 20% ao ano e passamos a crescer muito menos. Tivemos que reagir rápido, porque quando se está crescendo a um ritmo de 25% ao ano e cai para próximo de zero, é uma desaceleração muito forte. Foi necessário um trabalho diário de acompanhamento dos custos e de melhoria da produtividade”, afirma.
Aguiar conta o quê a Liderança Serviços tirou de lição da crise. “Há muitos anos, a Liderança vem tentando buscar o comprometimento de todos os colaboradores em relação a um rígido controle de custos. Com a crise e fazendo poucas mudanças de pessoal, conseguimos o apoio de um grande número de pessoas e hoje os custos estão sendo controlados de maneira mais eficiente, de modo que todo gestor tem compromisso com os resultados. Já percebemos uma ligeira melhoria”, revela.
O plano da empresa para o segundo semestre do ano continua o mesmo: crescer. “Vamos buscar um crescimento sustentável, embora esteja muito difícil de alcançá-lo. Para isso, vamos nos manter firmes, com um rígido controle de custos e obstinados a melhorar nossa eficiência operacional e de processos”, garante.