Dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) nesta terça-feira (30) revelam que a geração de empregos cresceu 34% em Santa Catarina no primeiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. Ao todo foram 66 mil novas vagas de trabalho formal, com destaque para a Indústria, que liderou as contratações formais, com 27,5 mil novos postos de trabalho (50,4% a mais do que no primeiro trimestre de 2023). A vice-presidente da Facisc, Rita Conti, comemora a notícia e ressalta que toda a sociedade ganha quando há aumento do emprego formal.
“Se cresce o número de pessoas com emprego formal, há melhora não só na vida destas famílias, pois há injeção de recursos em toda a economia, com mais dinheiro circulando no mercado”, avalia a vice-presidente. Na segunda colocação na geração de empregos em Santa Catarina está o setor de serviços, com 26,5 mil novas contratações, e a construção, com 7,5 mil novas vagas.
Na indústria, o destaque foi o setor alimentício, com 4,1mil vagas, estimulado sobretudo pela produção nos frigoríficos catarinenses. Apesar do menor preço internacional em relação a meados de 2023, a carne suína registrou recorde na quantidade exportada no 1º trimestre. A fabricação de alimentos prontos, como os pós alimentícios, molhos e condimentos, também estimulou o mercado de trabalho formal no estado. O segmento vem sendo incentivado pelo dinamismo do mercado de trabalho, que acaba potencializando o consumo das famílias, que já está em patamar elevado em Santa Catarina desde 2022.
A indústria da confecção, caracterizado como intensivo em mão de obra, se mantém em segundo lugar no ranking de contratações da indústria catarinense, no trimestre, com 4.098 novos postos de trabalho. Ainda assim, comparada a ela mesma nos primeiros três meses de 2023, teve queda de 12% na geração de empregos.
“Os custos de produção do setor, a carga tributária alta e a concorrência desigual com produtos chineses prejudicam o setor de confecção. Sem contar que estamos em maio e ainda não tivemos frio, o que desaquece as vendas e a indústria”, avalia vice-presidente da Facisc, que é empresária do ramo.
Linhas de crédito e renegociação de dívidas – Destaque também para o crescimento das contratações no setor de madeira, devido à recuperação de suas exportações para os Estados Unidos (EUA), bem como pela diversificação de parceiros comerciais internacionais, como o México.
Uma análise do Centro de Inteligência e Estatística da Facisc sobre os dados do Caged demonstra que exportações catarinenses de produtos de alta intensidade tecnológica, como partes e acessórios para veículos, motores elétricos e bombas de líquidos incentivaram a empregabilidade nos setores de bens de capital, que registraram crescimento acima de 40% no saldo de contratações no período.
A indústria também vem sendo estimulada pela maior concessão de crédito, bem como pelas políticas de renegociação de dívidas de âmbito estadual e federal.
“Os juros baixaram e foram disponibilizadas linhas de crédito para todos os formatos de indústria, independentemente do tamanho. Isso acaba refletindo nas contratações formais e em toda a economia”, salienta Rita.
Saldo de novos empregos em Santa Catarina e principais destaques, por setor da economia
1º lugar – Indústria: 27,5 mil
Frigoríficos, alimentos prontos, produção de madeira e bens de capital
2º lugar – Serviços: 26,5 mil
Estimulado pelo crescimento no mercado de trabalho, com destaque para atividades de contratação de mão de obra
3º lugar – Construção: 7,5 mil
Construção de edifícios e encadeamentos produtivos
4º lugar – Agropecuária: 2,8 mil
Cultivo da maçã, atividades de apoio à agricultura e pesca em água salgada
5º lugar – Comércio: 1,8 mil
Atacadista de materiais de construção, produtos do agronegócio e comércio e reparação de automóveis e motocicletas