Por Edmilson Ortiz, diretor de Comunicação Institucional e Marketing da AEMFLO e CDLSJ
Como seria se de repente você não soubesse mais como usar o WhatsApp, as redes sociais ou sequer fazer uma pesquisa na internet? Como você se sentiria? Seria possível cumprir suas demandas de trabalho com a mesma agilidade e eficiência? Acredito que não. Neste cenário caótico que acabei de imaginar, eu me sentiria um analfabeto vivendo em uma biblioteca. Assim como a internet revolucionou a forma como nos informamos e nos comunicamos, a inteligência artificial (IA) exige uma nova alfabetização digital.
No mundo dos negócios, não adianta fazer cara feia para a IA (até porque ela não se assusta, nem fica magoada). Para o empresário e para grande parte dos profissionais, não é opcional se informar sobre inteligência artificial e seu impacto no mercado de trabalho. Especialistas são categóricos ao afirmar que aqueles que não abraçam a IA estão destinados a ficar para trás, condenados à obsolescência digital. Da automação de tarefas rotineiras a análises complexas de mercado, a IA está se tornando uma ferramenta indispensável para a competitividade empresarial.
Mas e os riscos? E os possíveis impactos negativos? Sim, existem e são muitos. A tecnologia avança a uma velocidade vertiginosa e as leis ficam para trás. Regulamentar o uso de IA é um dos grandes desafios no mundo todo. No Brasil são pelo menos 46 projetos em tramitação no Congresso Nacional. Entre os temas estão manutenção de empregos, direitos autorais, privacidade, reconhecimento facial e o uso de “deepfake” – recursos que alteram rostos e vozes de pessoas com resultados verossímeis, por meio de IA, para criar imagens, vídeos e áudios falsos de pessoas para uso político, publicitário ou até em pornografia. A indústria da fraude é ágil. Golpes digitais estão cada vez mais elaborados e fazem vítimas que até pouco tempo atrás não seriam facilmente enganadas. E aqui está mais um motivo para que você esteja ciente do que a IA é capaz de fazer.
Como cidadão ou como empresário, o maior risco é a ignorância digital. Lidar com o desconhecido é assustador, especialmente quando ele é inevitável e muda o comportamento humano e a dinâmica do mercado, além de afetar o emprego de muitos. Mas a inteligência artificial não é mais uma visão futurista. É uma realidade inegável que já impacta o panorama empresarial de maneiras sem precedentes. A única certeza é que estamos mergulhados em incertezas, como revelou o alerta de Elon Musk, na Cúpula de Segurança de IA, no Reino Unido, em novembro do ano passado. “A inteligência artificial é a maior ameaça existencial que a humanidade enfrentará”, disse o visionário dono da Tesla e da SpaceX.
Estamos vivendo mais uma revolução tecnológica impossível de ignorar. Só resta fazer as melhores escolhas. O que você prefere? Tratar a inteligência artificial apenas como uma ameaça ou aprender a identificar as oportunidades que ela oferece?