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Xô CPMF

27/07/2007

Um certo fatalismo e uma boa dose de conformismo parece ter impregnado, já faz algum tempo, boa parte da população brasileira, que não hesita em julgar que qualquer iniciativa voltada a melhorar a situação atual está fadada ao insucesso.
Por Fernando Telini*

Esse sentimento, via de regra, é o primeiro passo para a acomodação e para a aceitação, como permanente e fato consumado, de tributos criados com o nome de "provisórios", a exemplo da CPMF. Dentro desse quadro, é extremamente gratificante ver surgir uma iniciativa como a Frente Nacional em Defesa da Constituição e pela Extinção da CPMF, que em Santa Catarina já conta com a adesão de 16 entidades de classe da indústria e do comércio.

Com o bordão XÔ CPMF, a campanha   quer impedir o governo de estender até 2011 a Contribuição que, legalmente, tem um prazo para acabar: dia 31 de dezembro deste ano.  Criada em 1996 no governo Fernando Henrique, a CPMF tinha como missão minimizar os problemas da área da saúde pública, mas a cada renovação ganhou outros destinos. Inicialmente fixada em 0,2% sobre as movimentações financeiras no país, hoje ela custa quase o dobro - 0,38%.

Conforme os dados da Campanha, disponíveis no site www.xocpmf.com.br , somente este ano os brasileiros já deram mais de R$ 10 bilhões para o governo federal através da CPMF. Em 2006, o valor superou os R$ 32 bilhões, representando 1,4% do PIB. Só Santa Catarina contribuiu com   R$ 180,6  milhões no ano passado e com quase R$ 860 milhões em sete anos.

Mais grave é que todos esses recursos não serviram para melhorar a qualidade de vida da população. Como observou o "pai" da CPMF, o médico Adib Jatene, ela "ajudou muito mais o governo no equilíbrio de suas contas do que a saúde dos brasileiros".

A campanha, que prevê a realização de atos públicos, quebra a inércia e mostra que, também na área tributária, a sociedade tem o direito a se manifestar, exigir transparência e a aplicação correta de seus recursos. Exigir, enfim, que a palavra "provisória" seja interpretada como deve.

Fernando Telini é Advogado Tributarista, Conselheiro do Conselho Estadual de Contribuintes advogados@telini.adv.br  (48) 33220001 - www.telini.adv.br

27/07/2007

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