As vendas varejistas de equipamentos de informática continuam crescendo muito acima da média do comércio, apesar da maior restrição de crédito e da desconfiança dos consumidores.
Segundo dados do IBGE, o segmento de material para escritório e informática acumulou um aumento nas vendas de 18,1% no primeiro quadrimestre de 2009, resultado bem acima do comércio em geral (4,5%).
A expansão apurada em 2009 dá continuidade a um processo de intenso crescimento das vendas de produtos de informática no varejo. Em cinco anos, entre 2004 e 2008, esse segmento acumulou um aumento nas vendas de 280%.
Para o economista da Fecomércio-RJ Gabriel Santini, o aumento das vendas, mesmo em meio à crise, pode ser explicado pelo "avanço da renda nas classes mais baixas". Segundo ele, pesquisa realizada pela instituição mostra que, no primeiro quadrimestre deste ano, a intenção de compras de produtos de informática nas famílias com renda inferior a oito salários mínimos era de 8,1%, ante 6,9% no final do ano passado. O levantamento questiona que produtos o consumidor pretende comprar com seu dinheiro, e os produtos de informática ficaram bem à frente da máquina de lavar, por exemplo, com 3,5% das intenções de compra.
Santini avalia que a expectativa é de continuidade da tendência de crescimento, já que os computadores hoje reúnem opções de trabalho e lazer para as famílias. "O computador ganha cada vez mais importância nos lares, sobretudo por causa da internet." Segundo ele, a trajetória dos preços desses produtos também tem sido atrativa.
Segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os microcomputadores tiveram deflação de 1,53% em abril e prosseguiram com queda de preços em maio (-0,29%). Esse produto acumula, de janeiro a maio deste ano, recuo de 0,33% no IPCA, após já ter registrado quedas no ano de 2008 (-10,35%) e em 2007 (-14,11%).
O técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Nilo Lopes explicou que a continuidade na expansão das vendas varejistas de produtos de informática reflete "a redução de preço e a importância crescente desses bens no dia a dia do consumidor". Além disso, segundo ele, a recente queda na cotação do dólar voltou a reduzir preços e fomentar as vendas desses produtos.
Fonte: Jornal O Estadão