O que os empresários mais reclamam é da falta de mão de obra qualificada. Já, os estagiários reclamam da falta de valorização do trabalho e muitos até se intitulam de “escraviários”, palavra criada para fazer referência ao estagiário que acredita realizar um trabalho escravo.

O estagiário J.R, 26 anos, não quis se identificar para não comprometer a empresa que trabalha, é estagiário do curso de Jornalismo e conta que já passou por dois diferentes estágios. “No primeiro estágio eu não aprendi nada, eu me sentia mesmo como um auxiliar, uma mão de obra barata, pois eu fazia de tudo um pouco, menos jornalismo e por isso não conseguia colocar em prática a teoria que aprendia na faculdade, no trabalho. Eu só aceitei mesmo, para me inserir no mercado de trabalho e conseguir um novo estágio”.

J.R revela que o atual estágio é completamente diferente. “Agora eu me sinto como se fosse um investimento da empresa. Eu realmente aprendo a cada dia e já consigo enxergar até uma possibilidade de contratação quando eu me formar”, declara.

Para o empresário Valdoir Duarte, conhecido como Badu, que também faz parte do do Conselho Deliberativo da AEMFLO e CDL-SJ, as empresas que optam pela contratação de um estagiário não podem pensar na mão de obra barata e sim no investimento que se faz ao ensinar esse estudante. “Para contratar um estagiário, vale a pena ter um pouco de prejuízo, paralisando a produção de um dos funcionários para instruir e educar o estudante nos moldes da empresa. O estagiário se torna fiel ao lugar que trabalha. E logo, essa pessoa vai estar preparada para uma possível contratação, aumento de renda e o mais importante: com vontade de trabalhar na minha empresa”, analisa.