As belezas naturais, que servem de cenário para as propagandas turísticas feitas pelo Governo do Estado, transformaram Florianópolis em um dos destinos mais procurados da América Latina. Segundo a ABIH-SC (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina), na primeira semana de 2011 os turistas ocuparam 98% das acomodações da rede hoteleira do litoral catarinense. Ao que tudo indica, este índice deve se manter alto durante a temporada de verão, sobretudo nos meses de janeiro e fevereiro.
Muitos comerciantes já consideram esta temporada uma das melhores dos últimos quatro anos. Afinal, o convite foi feito e muitos turistas da Europa, Estados Unidos, Argentina e demais estados do Brasil marcam presença na badalada Ilha da Magia, movimentando a economia da região.
Enquanto eles fazem a sua parte, os órgãos públicos seguem trabalhando para tentar sanar os problemas de infraestrutura. Com a cidade lotada, alguns moradores do norte da ilha reclamam diariamente da falta de água e segurança. Em Canasvieiras, um argentino foi brutalmente assassinado na frente da família após reagir a um assalto. Nos Ingleses, todos os ocupantes de uma pousada tiveram seus pertences furtados e nem mesmo o balneário de Jurerê Internacional, que possui segurança particular, foi poupado: uma família de paulistas passou por horas de desespero nas mãos de criminosos.
Além da insegurança, a sujeira na praia impressiona moradores e turistas. Marcelo Argento, veterinário do interior de São Paulo, presenciou um preservativo boiando no mar em Canasvieiras. “Fui embora da praia na mesma hora. Floripa já foi bem melhor”, declarou. A mobilidade urbana é outro grande problema da Grande Florianópolis. Ir às praias do leste e sul da ilha é uma prova de paciência para os motoristas. Para os que trafegam pelas vias da BR 101, no sentido das praias do sul do estado, a atenção deve ser redobrada.
Para Victor Alexandre de Souza, diretor da AEMFLO e CDL-SJ, todo o caos que está marcando o verão 2011 foi premeditado. “A nossa segurança pública no estado é um problema antigo por causa da falta de estrutura e de efetivo. Muitos comerciantes exploram o turista aumentando o preço de produtos durante os três meses da alta temporada. Além disso, existe o problema da mobilidade urbana da Grande Florianópolis. Há muito tempo a associação pressiona o governo para que seja construída uma Alça de Contorno, obra que desafogaria parte do tráfego na região. Infelizmente, ao que tudo indica as obras não terão início neste ano. Então, antes do estado fazer propaganda em todo Brasil mostrando as belezas de Santa Catarina, tem que tirar a sujeira que está debaixo do tapete”, desabafa.
