O aumento da demanda por serviços de terceirização está atingindo o espaço das pequenas empresas fornecedoras. As novatas no mercado ou mesmo as que têm uma estrutura mais enxuta e de custo menor estão se tornando uma alternativa para as companhias que buscam, através do processo de terceirização, uma redução de gastos, aliada a eficiência.
Por Vanessa Dezem - Valor Online, 27/03/09
"Eu diria que as oportunidades da crise estão colocadas, principalmente, para as fornecedoras que conseguem cobrar mais barato e que têm capacidade de manter esta competitividade do preço, se adequando, assim, às necessidades das empresas em dificuldade " , explica Jaci Corrêa Leite, economista, professor da Fundação Getúlio Vargas - EAESP.
Segundo ele, os serviços terceirizados de baixo custo, além de serem mais acessíveis em tempos de restrições de recursos, oferecem maior flexibilidade para a empresa que adere ao processo. " As pequenas fornecedoras, muitas vezes, conseguem ser mais rápidas na direção do que é necessário para as empresas que as procuram, atendendo melhor uma gama de novas situações que surgiram com a crise " , explica o professor.
A IT Group, fornecedora de serviços gerenciados de tecnologia, existe há sete anos, mas nunca observou melhor desempenho do que nos últimos 4 meses. " Eu tenho sentido que as empresas menores, como a IT Group, ganharam mais espaço, pois oferecem o mesmo tipo de trabalho que as grandes, mas por um custo muito menor " , afirma José Marcelino Bersch, diretor de negócios da empresa. Bersch, que vivenciou um aumento de 50% na receita de sua empresa no segundo semestre do ano passado, ante o primeiro semestre, explica que consegue manter essas características porque tem menores custos administrativos, além de menos burocracia. O Grupo Soma, que fornece serviços de terceirização de Recursos Humanos (RH), também viu um aumento inesperado da demanda.
No último trimestre, os pedidos de orçamentos cresceram 10%, em relação aos três meses anteriores. " Não esperávamos este aumento, mas com a crise, estamos indo bem. Parece que as pessoas começaram a dizer: como eu não vi isto antes? " , afirma Arlindo Felipe Júnior, executivo-diretor da empresa.