O setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento da economia catarinense no primeiro bimestre de 2024. Foi o que revelaram as últimas pesquisas sobre a atividade econômica divulgadas pelo Banco Central do Brasil. Considerado como a prévia do PIB, o índice de atividade econômica é calculado mensalmente desde março de 2010.
Um estudo realizado pelo Centro de Inteligência e Estratégia da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (CIE/Facisc) mostra que Santa Catarina cresceu 4,7% nos dois primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado.
O crescimento é superior ao da média nacional, 2,9%. Já na análise mensal, o estado cresceu 0,4%, igual ao restante do país. O empresário César Smielevski, que é vice-presidente da Facisc, destaca que o dinamismo do mercado de trabalho vem desencadeando efeitos em todos os grandes setores da economia. Por exemplo, houve crescimento expressivo tanto nos serviços de locação de mão de obra e de apoio administrativo às empresas, como no comércio de equipamentos de escritório e na indústria de alimentos prontos.
“É uma tendência que temos observado na prática: na medida em que a tecnologia avança, a área de serviços se torna mais forte“, explica o dirigente da Facisc.
No mercado formal também houve contratações acima do esperado, o que também impulsionou a economia catarinense.
O resultado é creditado, ainda, à manutenção do nível elevado do consumo das famílias em produtos alimentícios, bebidas, fármacos e cosméticos – o que aquece a indústria e o comércio nesses segmentos. A Facisc considera que a política de redução da taxa de juros e a disponibilidade de crédito estimularam o consumo das famílias catarinenses no período. Soma-se a estes fatores as políticas de renegociação de dívidas para pessoas físicas, que contribuíram para o abrandamento do nível de endividamento dos catarinenses.
Crédito para as empresas – O incremento de concessões de crédito para empresas também possibilitou a ampliação da capacidade produtiva e aquisição de maquinário. O reflexo é que setores que produzem bens de capital vêm registrando os maiores crescimentos da indústria catarinense, estimulados tanto pelo aumento do fornecimento doméstico (dentro do país), como pela recuperação das exportações com os EUA e ampliação para outros países.
Um setor impacta no outro
Incentivados também pelas exportações, os frigoríficos vêm estimulando a produção catarinense de maquinário para refrigeração. No 1º bimestre, as vendas internacionais de carne suína registraram montante recorde para um 1º bimestre de toda a série histórica, iniciada em 1997. A Facisc destaca, ainda, o crescimento da produção do setor de madeira, devido à recuperação das exportações para os EUA.
O escoamento tanto de produtos do agronegócio, como de outros bens de consumo para o restante do país incentivaram os serviços de transporte, armazenagem e correio, o que fez Santa Catarina registrar o 2º maior crescimento do país no segmento.
Informações: Facisc