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Secretário de Segurança fala sobre a criminalidade na Grande Florianópolis

17/05/2011

Assaltos, seqüestros, assassinatos e ataques contra bases da Polícia Militar. A sensação de insegurança é grande entre a maioria de moradores da Grande Florianópolis, além de a criminalidade ter aumentado, os catarinenses começaram a presenciar fatos inéditos de terrorismo contra prédios públicos promovidos possivelmente por uma facção criada dentro das unidades prisionais do estado, o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), responsável por comandar a criminalidade na região.

Outra novidade foi a exportação de criminosos, inédita em Santa Catarina, a polícia prendeu recentemente em São Paulo uma quadrilha de assaltantes a caixas eletrônicos, dos sete presos, cinco eram catarinenses. Dados preocupantes também em São José, o município tem um policial para cada 600 habitantes, quando o recomendado seria um para cada 200, enquanto na Assembleia Legislativa trabalham três vezes mais policiais do que nas ruas josefenses.

A equipe de jornalismo da AEMFLO e CDL-SJ conversou com Secretário de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, Cesar Grubba, único secretário no governo Colombo que não possuí filiação partidária.


Foto - Bruna Andrett/SSP/AI

AEMFLO - O senhor acredita que a falta de efetivo e de infraestrutura para a segurança em Santa Catarina, seriam as principais causas para os constantes assaltos e atentados?

Grubba - As nossas polícias, civil e militar, têm trabalhado incessantemente para a contenção das ocorrências criminais, nas ações realizadas este ano foram apreendidas, pela PM, mais de 650 armas somente na região da grande Florianópolis, números de janeiro a maio. Neste mesmo período a DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), da Polícia Civil, apreendeu mais de duas toneladas de drogas, tendo desestruturado dezenas de quadrilhas de crime organizado, com cumprimento de prisões para centenas de criminosos.
 
AEMFLO - É a falta de efetivo a razão maior para poucas operações nas ruas?

Grubba - Estamos tratando desta situação com transparência e responsabilidade. Para este ano de 2011, na Polícia Civil, já foram formados e designados 202 novos delegados e agentes, e até o final do ano será concluído o processo seletivo para mais 613 policiais civis. Na Polícia Militar encontram-se em curso 463 novos soldados, com previsão de mais 500 no segundo semestre. Como medida emergencial foi aberto um novo processo seletivo para inclusão de 600 policiais militares em oito Batalhões das áreas mais críticas do Estado, especificamente para as cidades que são polos regionais e que apresentam altas taxas de criminalidade (Florianópolis, Joinville, Blumenau, Itajaí, Lages, Criciúma, Chapecó e Jaraguá do Sul).

AEMFLO - Nos últimos meses têm ocorrido com mais freqüência assaltos a postos de gasolina e seqüestros relâmpagos. Dá para afirmar que estes atos estão sendo encomendados de dentro das unidades prisionais?

Grubba - Estamos monitorando permanentemente as estatísticas de crime e violência em todas as cidades.Há também uma completa sinergia entre a inteligência policial e a inteligência do sistema prisional, esta última agora da alçada da nova Secretaria de Justiça e Cidadania. Existem sim inúmeros problemas decorrentes da precariedade do sistema prisional do Estado, sobretudo devido ao aumento de massa carcerária nos últimos anos, assunto que vem sendo administrado com muita atenção por parte do governo. Não há razão para afirmarmos sobre existência de comandos organizados ou crimes encomendados de dentro das unidades prisionais.

AEMFLO - O que a Secretaria de Segurança está fazendo para conter os avanços do PGC e da criminalidade na Grande Florianópolis?

Grubba - Não confirmamos a existência de um grupo organizado chamado PGC em Santa Catarina. No entanto, sabemos que existe uma tentativa por parte de alguns criminosos (todos identificados e monitorados, a maior parte já presos) para criação de uma facção criminosa. Quanto ao combate a criminalidade,implantamos as seguintes medidas: barreiras policiais mais freqüentes nas noites e madrugadas, abordagens com foco em motocicletas, policiamento especializado de choque nas áreas de risco, asfixia e quebra do movimento financeiro do tráfico em pontos de droga, criação de uma delegacia de capturas para ênfase em mandados de prisão nos crimes mais graves, implementação de uma central de flagrantes no norte da ilha, ações conjuntas e integradas nas polícias Civil e Militar, integração das inteligências policiais, ampliação da capacidade de atendimento no emergência-190, difusão e ampliação dos serviços do disque-denúncia 181, instalação de mais câmeras de segurança na cidade, intensificação do patrulhamento com uso de motocicletas policiais, e, ampliação do efetivo nas ruas na medida em que estiverem sendo formadas as novas turmas de policiais.

"Estamos cansados de falar sobre a segurança pública, vamos resumir, não é prioridade para nossas autoridades. O foco dos políticos são as mudanças de cadeiras, conchavos, acordos e perde-se muito tempo com assuntos de interesses próprios. Não vemos polícia na rua, não tem blitz, não tem prevenção. A pergunta é, até quando?", desabafa o diretor de comunicação da AEMFLO e CDL-SJ, Victor Alexandre de Souza. O diretor ainda questiona, “por que São José não está contemplada com o aumento do efetivo, é mais que sabido que somos o sétimo município mais violento do estado”, diz o diretor.

17/05/2011

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