O setor produtivo catarinense registrou desempenho acima da média nacional e liderou a geração de empregos no país, de janeiro a outubro deste ano. Santa Catarina criou 57% das vagas de trabalho geradas nas indústrias do Brasil, que de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), equivalem a 26.791 postos de trabalho. Em todo o país, foram gerados 46.981 empregos nas indústrias. Goiás, o segundo colocado, criou 13.943 novas vagas no período.

As informações foram divulgadas pela Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), na última segunda-feira (15/12), em Florianópolis, que comemorou o resultado apesar da baixa confiança dos consumidores e redução da produção na indústria catarinense em 2014.

A Fiesc destacou como entraves para o setor produtivo a trajetória ascendente da taxa básica de juros da economia (Selic), que passou de 7,25% ao ano em março de 2013, para 11,75% ao ano em dezembro de 2014 e a alta da inflação, com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) dos últimos 12 meses acumulando 6,55% em novembro. Com este cenário, a confiança do industrial brasileiro, medida pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) chegou a novembro, ao nono mês seguido, abaixo dos 50 pontos, o que indica pessimismo com o ambiente econômico. Além disso, o setor produtivo catarinense foi impactado com aumento de 22,4% na tarifa de energia, aplicada desde agosto.

O diretor do setor da Indústria da AEMFLO, Edgar Martins, afirma que o resultado mostra a força dos industriais catarinenses. “É um marco para o nosso Estado. Santa Catarina já vinha se destacando e agora contribuiu fortemente para o índice do país. Apesar dos números positivos catarinenses, a situação não é boa. Os industriais sentirão agora um momento de recessão. Não haverá demissões, mas será um período fraco de admissões. O governo precisa deixar as indústrias trabalhar, investindo na produção e atraindo investidores estrangeiros”, diz.