O Brasil fechou os três primeiros meses de 2015 com saldo negativo e perdeu mais de 50 mil postos de trabalho e, em um ano, 280 mil pessoas ficaram desempregadas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mas contornando a atual situação econômica, São José ainda conseguiu se destacar como uma das 20 cidades do Brasil que mais gerou empregos no primeiro trimestre do ano. De acordo com o Ministério do Trabalho, o município originou quase 1,5 mil postos de trabalhos, com destaque nas áreas de serviço, comércio e construção civil. Outros quatro municípios catarinenses aparecem na pesquisa: Blumenau (4 mil), Joinville (2,4 mil), Jaraguá do Sul (1,9 mil) e Brusque (1,2 mil).
O Grupo Liderança Serviços foi uma das empresas que contribuiu para o ranking. Ao todo, foram 1.055 novos postos de trabalho no Estado e 248 deles só em São José. De acordo com informações divulgadas pela empresa, as vagas mais difíceis de preencher são as que exigem formação e experiência em licitações, área jurídica e comercial. Encontrar profissionais para trabalhar como garçom, designer gráfico e operador de guilhotina também exige esforço do grupo. E para atrair candidatos, a empresa busca oferecer diferenciais, como auxílio educação aos cargos administrativos.
O presidente do Conselho Deliberativo da AEMFLO e CDL-SJ, Roberto Deschamps, também enxerga um cenário positivo em São José e destaca a construção civil como um dos setores mais fortes para geração de emprego. “Como as oportunidades estão se restringindo em Florianópolis, consequentemente aumentaram em São José. Temos áreas propícias para investir, como em Campinas e Kobrasol, que estão cada vez mais urbanizadas. São José tem tudo, os moradores não precisam se deslocar muito para encontrar os serviços que necessitam. Por isso a tendência é crescer ainda mais”, relata.
Momento de cautela
Apesar de um cenário aparentemente promissor, o momento está deixando muitos empresários em alerta. Deschamps, que também conduz a RDO Empreendimentos Imobiliários, relata que vai aguardar até a atividade econômica se estabilizar para contratar.
O proprietário da empresa Comercial Stecanela Materiais Elétricos, Fábio Stecanela, afirma que nos primeiros meses do ano preferiu não abrir vagas e contratou apenas para readequar a equipe já formada. O quadro se repete na Leroy Merlin, que contratou 40 pessoas desde janeiro, para repor o quadro de funcionários. A empresa, que iniciou as atividades no município josefense em junho de 2014, busca manter o mesmo número de colaboradores desde a abertura e a maioria das vagas é destinada para assessor de vendas, na qual o público alvo são candidatos com experiência no comércio.
Já o gerente da Balaroti em São José, Adrian de Moura, revela que a empresa não está contratando no momento e até reduziu o quadro de funcionários. Além da economia, a loja encontra dificuldades em achar pessoas qualificadas e comprometidas.