A madrugada do último sábado (23/05) foi violenta no município que registrou três homicídios nos bairros Areias, Barreiros e Dona Wanda. Por mais que o poder público se esforce, as ações de combate ao crime não são suficientes. E para piorar, o processo de armamento da Guarda Municipal só deverá ser concluído em setembro.
A burocracia para armar os agentes não é de hoje. O município já conta com os equipamentos desde abril de 2014. Nessa época, a prefeitura de São José chegou a divulgar que 30 guardas municipais teriam recebido treinamento com orientações quanto ao uso da arma de fogo, cuidados básicos, manuseio e abordagem de pessoas e que dentro de um mês estariam armados. O que não aconteceu.
Agora, o secretário adjunto de Segurança, Defesa Social e Trânsito de São José, Gilmar Pedro Bento, diz que a Guarda Municipal só poderá ser armada no mês de setembro, já que o curso realizado com os agentes não continha a carga horária exigida pela polícia federal, que é de 120 horas. Por isso, o curso está sendo refeito para atender a exigência e o armamento da Guarda Municipal só será possível depois da formatura dos agentes, em setembro. Ao todo, três turmas, com 40 alunos, participam do curso.
Sérgio José Vieira é proprietário da Big Mercearia, no Kobrasol, há 16 anos e conta que de uns dez anos pra cá, já sofreu oito assaltos, sendo o último no ano passado. “O clima de insegurança é muito grande. Já foram inúmeros prejuízos, mas o maior deles é o trauma. Tive que reforçar a segurança aqui na empresa, com câmeras e fechaduras”, diz.
O presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Marcos Souza, vê a insegurança pública não só em São José, mas em toda a região metropolitana. “No momento, precisamos de mais polícias na rua, ainda mais equipada e treinada. E o armamento da Guarda Municipal fará a diferença para essa medida que é paliativa, já que a grande carência da sociedade ainda está na educação, que deve ser o alicerce para mover o país em direção a um futuro melhor”, relata.
O vice-presidente de Patrimônio da AEMFLO, Nelson Silveira, destaca que, além da guarda municipal armada, é preciso mais soluções para combater a violência. “Precisamos de aumento do efetivo, mais comunicação entre as polícias civil e militar e uma mudança na legislação. Só assim as famílias contarão com alguma assistência e os empresários não terão que investir tanto em segurança”, afirma.
Nota
A AEMFLO e CDL-SJ registram sua solidariedade e lamentam as perdas que aconteceram neste fim de semana de tragédias, principalmente do empresário Vilson Araújo, proprietário de empresa associada há quase uma década. Manifestamos nosso profundo pesar às famílias envolvidas, com votos de que Deus os acompanhe.