Ouvir, ouvir e ouvir. Este é o segredo das boas práticas de gestão. A opinião é de Tom Peters, especialista no ramo e autor do best-seller Reimagine!: Excelência nos Negócios Numa Era de Desordem.
“As empresas não vão mal porque não dominam equações, mas porque não ouvem. É preciso escutar sempre funcionários, clientes e fornecedores”, disse em palestra na ExpoGestão 2009, em Joinville, no último dia 19.
No momento de crise que alguns segmentos de mercado estão enfrentando, essa habilidade se torna ainda mais fundamental. Segundo Peters, não são apenas os empresários que costumam falar mais do que ouvir. Atualmente, isso é algo generalizado na nossa sociedade. Como exemplo, cita uma pesquisa americana que mostrou que os médicos interrompem os pacientes, em média, após 18 segundos. “E quem seria a melhor fonte para falar de sua doença?”
“Ninguém discorda que ouvir é uma característica fundamental para os negócios, mas ninguém o faz. Conheci poucas escolas de negócios e empresas que façam ou ensinem isso. As quatro palavras mais importantes para qualquer companhia são: O que você acha?”.
O especialista também comenta a diferença entre ouvir e escutar, e que não basta as mensagens entrarem por um ouvido e saírem pelo outro. “Quando você fala, os outros já escutam, porque você é o chefe”, brinca.
Entre outros passos fundamentais rumo ao sucesso, está a importância da boa execução. “As companhias tendem a se preocupar muito com o planejamento. Pensam que se você tiver o plano certo, a execução dará certo, o que não é verdade. Eu diria que se você tiver a execução correta, não importa o plano. Admito que as duas coisas não são inteiramente verdadeiras, mas ainda assim acho a segunda a mais próxima da verdade”, afirmou Peters.
Conhecido por valorizar o papel dos funcionários dentro das grandes organizações, o especialista chama a atenção para a relevância do capital humano. “As pessoas importam. Se todos compreendessem isso, não teríamos chegado onde estamos. Muitas coisas falham por causa de uma série de erros nas relações humanas”.
Peters parte do pressuposto de que os profissionais querem fazer parte de algo maior e buscam, no mundo corporativo, desenvolverem-se. As empresas deveriam, portanto, investir nisso. “Ao desenvolver os funcionários, as companhias conseguem servir o cliente melhor, e os líderes vivem para servir”.
Fonte: Revista Época