O “Atlas dos Pequenos Negócios” revela que, em 2022, considerando a renda dos MEI em atividade, esse perfil de empreendedor gera, todos os meses, R$ 11 bilhões com o seu trabalho. O que significa que – no período de um ano – os Microempreendedores Individuais sozinhos injetam R$ 140 bilhões na economia brasileira. Já os donos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, geram, mensalmente, R$ 23 bilhões. No período de um ano, o total movimentado por esse perfil de empresa chega a R$ 280 bilhões.
O documento foi lançado nesta terça-feira, em coletiva que também marcou os 50 anos do Sebrae. O presidente da instituição, Carlos Melles, destacou, durante a coletiva, a força dos pequenos negócios e projetou que o Brasil deve alcançar um crescimento sustentável e espontâneo de 3% ao ano, no momento em que a participação das micro e pequenas empresas no PIB chegar à proporção de 40% (hoje as MPE respondem por aproximadamente 30% do PIB brasileiro).
“Em países desenvolvidos, a participação dos pequenos negócios no PIB fica em torno de 40% a 50%. Se em 10 anos nós conseguirmos promover esse crescimento, toda a economia sai beneficiada, graças ao poder que as MPE têm de gerar renda e empregos”, avaliou.
A maioria dos MEI (78%) tem na sua atividade como empreendedor a única fonte de renda. A partir desse dado, estima-se que cerca de 6,7 milhões de MEI em atividade dependem exclusivamente do seu trabalho como empreendedores. Já em relação aos donos de micro e pequenas empresas (MPE), 71% não possuem outra fonte de renda, segundo pesquisa do Sebrae. Considerando as 6,6 milhões de MPE em atividade, a projeção é de que existam 4,7 milhões de empresários nesse perfil que dependem totalmente da renda obtida com a empresa. Reunindo todo o universo dos pequenos negócios (MEI + MPE), o dado revelado pelo Atlas do Sebrae é que, entre os 15,3 milhões de empreendedores em atividade no Brasil, 11,5 milhões têm a sua atividade empresarial como única fonte de renda.
A força do MEI
Entre 2012 e 2021, o número de trabalhadores por conta própria no Brasil cresceu 26%, passando de 20,5 milhões para 25,9 milhões. Já o número de formalizações entre os MEI passou de 2,6 milhões para 11,3 milhões, um incremento de 323%. Isso significa um crescimento mais de 12 vezes maior entre os MEI se comparado com os donos de negócios que não se formalizaram.
De acordo com pesquisa do Sebrae, 28% dos MEI já atuavam fora do mercado formal, sendo que suas ocupações principais eram empreendedorismo informal (13%) ou empregado sem carteira (15%), quando decidiram adotar o regime do Microempreendedor Individual. A proporção de informais vem sendo reduzida ao longo do período (2013-2021), principalmente em relação ao empreendedor informal. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas foram retiradas da informalidade, em 2021 (28% de 8,7 milhões de MEI em atividade), decorrente do registro do MEI.
Já em relação às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, 13% dos empreendedores eram informais antes da abertura do negócio, sendo que 6% já exerciam a atividade como empreendedor informal e outros 7% eram empregados sem carteira assinada
Empreendedorismo por região
Norte – A região possui uma das maiores proporções de jovens e negros à frente de um negócio
Nordeste – Sergipe é um dos estados com maior proporção de empreendedoras
Centro-Oeste – DF tem uma das maiores proporções de donos de negócios com ensino superior
Sul – É a região onde existe a maior proporção de donos de negócio que contribuem para a Previdência
Sudeste – 40% dos donos de negócios do Brasil estão em apenas três estados (SP/MG/RJ)
Curiosidades do empreendedorismo nos estados
Os estados com maiores proporções de MEI dentre os empreendimentos abertos são RJ, AL, PB e SE. Já os estados com maior participação de ME na abertura de empresas são MA, AP, PR e PI.
Considerando os estados com maior proporção de EPP dentre as empresas abertas no período, temos MT, PA, AM, AP.
Os estados do RJ, DF e SE são os que concentram as maiores proporções de mulheres entre os donos de negócio, chegando a 38%, 37% e 37% do total, respectivamente.
A proporção de empreendedores que se classificam como negros (pretos e pardos) é bem maior nas regiões Norte e Nordeste, chegando a 84% do total dos donos de negócios nos estados do Amazonas e Acre.
As regiões Sul e Sudeste apresentam as menores proporções de negros, chegando a apenas 15% nos estados de SC e RS.
RR, AP e AC são os estados com as maiores proporções de donos de negócio com até 34 anos (respectivamente 40%, 38% e 36%). Em parte, isto está associado ao fato de a região Norte ter uma população relativamente mais jovem, em relação ao restante do país.
Os estados com maiores proporções de donos de negócio com nível superior são de SP e DF, ambos com 30% de donos de negócio com nível superior ou mais. PA e MA, por outro lado, são os que apresentam as menores proporções de empreendedores com nível superior (ambos com 8%).
RS, PR e SC apresentam maior proporção de donos de negócio que estão na atividade atual há mais de 2 anos, com 83%, 81% e 81%. Por sua vez, RR, PI e DF apresentam as menores proporções: 71%, 71% e 74%.
*Com informações da Agência Sebrae.