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Reduzir impactos no meio ambiente ainda é caro

19/04/2011

Com o intuito de minimizar o impacto de um dos vilões do meio ambiente, as garrafas PET, que demoram aproximadamente 450 anos para se decompor na natureza, estão sendo utilizadas para confecção de camisas. As fibras das garrafas são resistentes e maleáveis, podendo ser aproveitadas para confecção de fios.

Para isso, as garrafas são separadas por cor, moídas, descontaminadas e passam por um processo de moldagem para tecelagem de malhas. Essa malha reciclada possui uma textura leve, não agride a pele e é considerada um produto de alta qualidade, com uma resistência igual ou melhor que as outras camisas de tecido comum.

O incentivo à produção de camisas ecológicas ainda contribui para o desenvolvimento sócio-econômico do país, incentivando a geração de renda de pessoas ou cooperativas que vivem da reciclagem e diminuindo o volume de lixo nos aterros sanitários. A moda está pegando, e a tendência é as pessoas investirem cada vez mais no “verde”. Um exemplo foi a última Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, em que a seleção brasileira utilizou camisas ecológicas, feitas com plástico de oito garrafas PET e no lugar da linha para costura, foi utilizado cola. Essas mudanças acarretaram numa redução de 15% no peso da camisa em relação à versão anterior.

Redução essa sentida apenas na hora de vestir a camisa, pois na hora de pagar, o impacto é um aumento no bolso. Uma camisa ecológica da seleção brasileira custou aproximadamente R$ 230, já a réplica, feita com poliéster, custava em média R$ 180. Muitas pessoas questionam, até que ponto vale a pena investir no “ecologicamente correto”, já que comprar objetos reciclados podem custar mais caro, fato que pode ser revertido se o governo brasileiro incentivar empresas que reciclam matéria prima.

O presidente da empresa C-PAK, que é associada à AEMFLO e à CDL-SJ, Luiz Gonzaga, confirma que realmente alguns produtos são mais caros devido a complexidade do processo e a escassez de recicláveis. “O volume de material reciclável ainda é muito pequeno e o preço da matéria prima muitas vezes é mais caro do que a matéria virgem. O Brasil vive um momento delicado, com o monopólio de matéria prima plástica,  que é a mais cara do continente americano. Eu pago US$ 3 mil , sem contar os impostos, a tonelada de polipropileno, enquanto a Argentina e os EUA pagam US$ 1.900  e a Venezuela US$ 1.350.”, analisa Gonzaga. O empresário acredita que a tendência é que o mercado “verde” reduza o custo ou até se torne competitivo. “O discurso de ser ecologicamente correto é quase que global e esse esforço vem da própria sociedade. Tudo caminha para esse sentido”, declara.

Fonte: Portal Copa 2010

19/04/2011

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