O crescimento desorganizado, principalmente nos bairros Campinas e Kobrasol está sendo alvo de preocupações tanto do setor público quanto privado. O prefeito municipal, Djalma Berger, já declarou que a moratória é sim uma das hipóteses a ser avaliada para resolver o problema.
Para o presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Odilio Guarezi, a moratória não seria a melhor solução por poder causar um grande impacto empresarial.
“Está evidente de que São José está crescendo a uma velocidade até o dobro, do que poderia. O município cresce muito mais do que a infraestrutura do que é dado para este crescimento. Isto tem que ser revisto, mas não é com medidas drásticas de paralisação que iremos resolver. Temos que tomar muito cuidado, porque se tratando de construção civil ela é uma cadeia produtiva muito grande e poderá haver sérias conseqüências principalmente na questão de emprego e renda”, enfatizou Odilio.
O presidente destaca que não é uma questão de ser contra ou favor da moratória, porque são muitas as questões que envolvem o tema. “É lógico que da maneira que está sendo feito não pode continuar. Cada um deve executar o que é permitido dentro de suas atribuições para que a coisa flua com normalidade. A parceria entre iniciativa privada e poder público é extremamente importante. Cabe a ambos analisarem antes de tomar uma atitude radical. Creio que tem que haver uma ampla discussão não somente com as partes interessadas, onde coloca-se erroneamente como sendo a classe empresarial da construção civil e a prefeitura municipal. Este tema é muito mais abrangente e principalmente quem sofre ou é beneficiado é a população. Então acho tem que envolver a sociedade civil organizada e população em geral para uma ampla discussão e tomar uma atitude”, disse.
Na opinião de Odílio, o Plano Diretor do Município deveria ser readaptado. “São José não pode pensar apenas em Campinas e Kobrasol, o município tem hoje uma desordem de maneira generalizada. De nada adianta combatermos onde está se urbanizando demais e fazermos vistas grossas no bolsão de pobreza que está se formando irregularmente nas imediações do município. Isto passa por uma grande reforma e um grande estudo do nosso Plano Diretor”, ponderou ele.
Odílio explica ainda que a AEMFLO e CDL-SJ tem como lema congregar a classe empresarial em busca de soluções para o desenvolvimento sócio-econômico da sociedade. “Quando não temos ou não somos a solução, temos que ser o elo entre aqueles que têm a dificuldade e onde está a solução. A partir do momento em que formos solicitados, cabe a nós reunirmos ambas as partes e debatermos. De nada adianta combatermos um problema isolado, quando ele é um problema generalizado. Temos que trabalhar urgentemente uma revitalização, ou uma reforma, ou quem sabe a elaboração de um novo plano diretor para contemplar a realidade de São José. Chega dos nossos gestores pensarem apenas no seu mandato. São José tem que ser pensado hoje e para o ano de 2050”, finalizou o presidente.
Fonte: Jornal São José em Foco