Para o Presidente do Sistema AEMFLO e CDL-SJ, Odílio Guarezi, o impacto direto do aumento da taxa de juros básica anunciado pelo Banco Central será quase nulo, porque na prática o mercado financeiro já trabalha com taxas muitos superiores a quem é tomador de dinheiro, taxas que podem ultrapassar 130% ao ano. Pra ele, o problema é na questão conjuntural da economia.

"Mais uma vez a autoridade monetária interfere no mercado com a desculpa de que está agindo preventivamente contra o aumento da inflação. A mexida acontece no lugar errado. É o Governo o principal responsável pela expectativa de inflação mais alta, pois está gastando mais do que arrecada. A diminuição dos gastos públicos da máquina estatal seria o melhor remédio para reoxigenar o atual momento da economia, mas o Governo não quer mexer no seu próprio queijo", disse Odílio.

Na observação do empresário, crescimento econômico não gera inflação e a sinalização de que novos aumentos na taxa básica poderão acontecer nos próximos meses prejudica ainda mais a expectativa de desempenho da economia. "O efeito inibidor da atividade econômica é a principal consequência de medidas como esta. Questões estruturais como a reforma tributária poderão ajudar bastante, porém será tudo inútil se o governo não diminuir o gasto com a máquina pública e na contrapartida aumentar sua capacidade de investimento".