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PEQUENAS E MÉDIAS PUXAM A INDÚSTRIA

05/02/2007

Câmbio afetou as grandes empresas, que deixaram de liderar expansão do setor no fim de 2006. As pequenas e médias empresas foram as principais responsáveis pelo crescimento da produção industrial no quarto trimestre de 2006, revela pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). É a primeira vez, desde o início da série histórica, em 1998, que as grandes empresas não são as que puxam a expansão do setor. O indicador de evolução das pequenas e médias foi de 53,2 pontos, enquanto o das grandes ficou em 52 pontos.

Segundo o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa Econômica da CNI, Renato da Fonseca, o aumento da renda e do crédito e a queda dos juros foram os principais responsáveis pela recuperação de pequenas e médias empresas no fim de 2006. "A partir do momento que pequenas e médias crescem, a tendência é de aumento do emprego e da renda, porque as grandes empresas tendem a empregar menos", disse ele. As grandes empresas foram afetadas pela redução das exportações e pelo crescimento das importações devido à valorização do real diante do dólar.

Para a CNI, a mudança verificada no último trimestre não deve alterar as expectativas sobre o PIB do Brasil. Para 2006 a aposta é de 2,7% e para este ano, 3,7%. De forma geral, o resultado da indústria melhorou, mas de modo tímido em 2006. A Fiesp registrou expansão em São Paulo - alta de 3,1%, ante 3,7% em 2005. O indicador de atividade industrial do IBGE, que sai na próxima semana, deve seguir na mesma linha. PME puxa expansão no 4º- trimestre

É a primeira vez que as grandes empresas do País não lideram o crescimento da produção industrial. As pequenas e médias empresas foram as principais responsáveis pelo crescimento da produção industrial no quarto trimestre do ano passado. É a primeira vez que isso ocorre desde que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) iniciou, em 1998, a série histórica da chamada Sondagem Industrial. Historicamente, as grandes empresas puxam a expansão do setor.

A mudança de perfil não implicou alteração nas previsões da entidade sobre o desempenho da economia no ano passado. A aposta continua abaixo de 3%. Segundo o gerente executivo da Unidade de Pesquisa Econômica da CNI, Renato da Fonseca, o aumento da renda e do crédito e a queda dos juros foram os principais responsáveis pela recuperação de pequenas e médias empresas no fim do ano passado.

Já as grandes empresas foram afetadas pela redução das exportações e pelo crescimento das importações devido à valorização do real diante do dólar. "A partir do momento que pequenas e médias empresas crescem, a tendência é de aumento do emprego e da renda, porque as grandes empresas empregam menos", disse Renato da Fonseca.

Para ele, a expansão da renda e do emprego não deve pressionar os índices de inflação porque os estoques estão ajustados à demanda. Apesar da melhor performance das pequenas e médias empresas, a CNI mantém em 2,7% a estimativa de crescimento econômico no ano passado e de 3,7% para este ano de 2007.

Moderado otimismo

A CNI ouviu 1.326 empresas entre os dias 2 e 19 deste mês. Portanto, três dias antes do anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Das empresas pesquisadas, 55,2% disseram que vão faturar mais nos próximos seis meses. Em outubro do ano passado, eram de 53,9%. Em janeiro de 2006, 55,4%.

"Não dá para dizer que as empresas estão tão satisfeitas assim", disse Renato da Fonseca. "As expectativas são positivas, mas não tão fortes como o desejado."

A pesquisa da CNI mostra ainda que, apesar de melhoria das expectativas sobre faturamento, 49,9% das empresas afirmaram que vão manter o mesmo número de empregados. Em outubro do ano passado, eram 48,7%.

Mais exportações

Os empresários também estão mais otimistas em relação às exportações. Do total de entrevistados, 51% declararam que vão aumentar as vendas para o exterior, contra 46,9% em outubro. Segundo Renato da Fonseca, as empresas estão calejadas e com o "pé atrás" diante dos altos e baixos da economia brasileira. Estão cautelosas em suas expectativas. Em 2003, por exemplo, o crescimento do Produto Interno Bruto foi de 0,3%. Em 2004, de 4,9%. Em 2005, o crescimento da economia ficou em 2,8%.

Fonte: Gazeta Mercantil

05/02/2007

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