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Palestrante mostra que é possível lucrar com a Reciclagem

09/12/2008

O conceito de desenvolvimento sustentável aparece como uma alternativa eficiente que pode assegurar o crescimento racional e o progresso econômico. O número de empresas preocupadas em preservar o meio ambiente e de entidades interessadas em formar consumidores conscientes está, de fato, crescendo.

Elas estão descobrindo que reciclar também é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que antes jogávamos fora.

Na última quinta-feira (4/12), a bióloga, educadora e diretora de Responsabilidade Sócio-ambiental da AEMFLO e CDL-SJ, Maria Helena Balthazar, proferiu na sede da entidade uma palestra sobre o tema, intitulada "Reciclagem: Um grande negócio".

Especialista em Gestão de Pessoas e em Gestão de Marketing, a empresária Maria Helena coordena a Comissão do Meio Ambiente da BPW Grande Florianópolis - Business and Professional Women Association.

Durante uma hora e meia, empresários e interessados de todo o estado discutiram as diversas formas de reciclagem, com foco na sustentabilidade sócio-econômica. Representantes da Cooperativa de Reciclagem de Itajaí, Florianópolis, São José, empresas de contabilidade, empresários do segmento de construções sustentáveis, entre outros, fizeram questionamentos sobre os atuais padrões de desenvolvimento econômico, riscos à saúde da população e os conflitos com o meio ambiente.

TRAGÉDIA

Números revelam uma provável tragédia caso a sociedade não compreenda a importância de cuidar do patrimônio natural e dar um destino adequado ao lixo diário. Com 70% de água na Terra, apenas 0,007% é potável e está disponível. Outros números agravam a situação: em 1970, tínhamos dois bilhões de habitantes; hoje já somos mais de seis bilhões de pessoas. "Em 2030, corremos o risco de termos outra China na terra, ou seja, uma explosão demográfica", afirma Maria Helena.

MATÉRIA-PRIMA

Um dos pontos altos da palestra foi a discussão sobre transformar os Resíduos Sólidos Urbanos (papel, jornais, vidro, plástico, eletrônicos e óleo de cozinha, por exemplo) em matéria-prima renovável. Uma proposta sustentável para promover a integração com o meio ambiente e, ainda, lucrar com a reciclagem do "lixo".

É certo que há um consumo exagerado de recursos naturais. Sem a reciclagem, seriam necessários os recursos do equivalente a três planetas caso toda população tivesse o mesmo padrão de consumo dos Estados Unidos. E mais: aumentaria em muito a necessidade de espaço para estocar tanto lixo.

A compostagem foi a técnica mais debatida pelos presentes ao encontro, que puderam conhecer alguns negócios viáveis que ajudam a preservar o meio ambiente. Ao extrair recursos da natureza, o lixo é descartado, sem nenhuma responsabilidade. A técnica mostra o que fazer e como trabalhar para que seu lixo feche o ciclo da matéria orgânica. Na UFSC, que mantém desde 1994 o projeto de reciclagem de resíduos orgânicos, por meio da coleta seletiva de lixo dos restaurantes do campus, é possível conhecer de perto a compostagem manual.

"Na minha casa meus animais de estimação são as minhocas", brinca Maria Amélia de Souza Barros, vice-presidente do Conselho Comunitário do Santa Mônica, adepta da técnica ecológica, que ela ensina para a sua comunidade.

A Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), representada na palestra por um técnico, deflagrou este mês a pré-Operação Verão para manutenção dos balneários que serão contemplados com serviços de capina, roçagem, raspagem e remoção até o início de janeiro. O material recolhido nos bairros será totalmente reciclado.

ECONOMIA

Em algumas cidades, a reciclagem permite economia na conta de luz dos moradores. Um programa instituído por algumas distribuidoras de energia elétrica permite que os usuários troquem produtos recicláveis como latas de alumínio por descontos na conta de luz.

O alumínio é um dos materiais que apresentam a característica da reciclabilidade, que possibilita que um produto seja reprocessado infinitas vezes, sem perder suas qualidades no processo de reaproveitamento. Esta característica possibilita uma combinação única de vantagens para o alumínio, destacando-se, além da proteção ambiental e economia de energia, o papel multiplicador na cadeia econômica.

Para finalizar o encontro, a palestrante sintetizou as características de um consumidor consciente - reduzir, reciclar, reutilizar, os 3R. Após a palestra todos foram convidados para um coquetel.

Em 2009, a AEMFLO e CDL-SJ oferecerá um curso de reciclagem. Aguarde a programação.


 

09/12/2008

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