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Novo acordo ortográfico aumenta vendas em livrarias

03/02/2009

Expectativa é comercializar mais dicionários e livros até março, período de volta às aulas

O novo acordo ortográfico da língua portuguesa começa a mudar o dia-a-dia das pessoas e, por consequência, do mercado.

As editoras de livros e revistas buscam se adequar e já editam seu material com as novas regras. E as livrarias tentam administrar da melhor maneira possível a venda de publicações desatualizadas e se preparam para atender a demanda dos consumidores por dicionários e livros que já trazem as alterações provocadas pela nova ortografia.

A livraria Livros e Livros já registra aquecimento de 10% nas vendas com o aumento da procura por dicionários e livros que trazem as novas regras de acentuação. De acordo com a gerente administrativa Pétula Rodrigues, a Livros e Livros está vendendo uma média de dez dicionários por dia. Ela destaca que a expectativa é de crescimento nas vendas após o início das aulas, em março. "A mudança na língua portuguesa foi positiva para o faturamento da empresa", avalia.

A curiosidade e a necessidade de atualizar-se para cumprir compromissos no trabalho e estudo são os fatores que mais contribuem para as pessoas buscarem saber como vai ficar a nossa língua, observa Pétula. Segundo ela, a alteração vai ocorrer a longo prazo e somente em breve será possível fazer uma avaliação mais profunda de como o novo acordo modificou o mercado.

Para Juarez José Vidal, supervisor de varejo das Livrarias Catarinenses, ainda não foi possível observar nenhuma variação significativa. Ele acredita que a maior transformação aconteceu para as editoras, principalmente para aquelas que trabalham com livros didáticos. "Nós conseguimos trocar os livros didáticos, que não estão atualizados, por versões atualizadas conforme o novo acordo ortográfico", conta.

Para Juarez até agora não foi possível perceber alteração no faturamento da empresa em virtude do novo acordo. "Quando chegar mais próximo da volta às aulas será mais fácil avaliar essa situação". Por enquanto, segundo ele, a maior procura foi por dicionários atualizados. "E o destino certo dos antigos é a promoção", revela Juarez.

As principais modificações do acordo ortográfico, que começou a valer em janeiro de 2009, referem-se à acentuação, eliminação do trema e empregos diferentes para o hífen. No Brasil, 0,5% das palavras sofrerão alterações, em Portugal e nos outros países que falam a língua portuguesa, as mudanças afetarão cerca de 2,6 mil palavras, equivalendo a 1,6% do vocabulário total. Governos e empresas brasileiras terão quatro anos para incorporar de forma gradual as mudanças sugeridas. Em Portugal, esse prazo será de seis anos.

O acordo, proposto pela Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP), pretende uniformizar a ortografia dos oito países falantes do idioma - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé, Príncipe e Timor Leste. Juntos somam uma população estimada em 230 milhões de pessoas, sendo 190 milhões só do Brasil. Com o acordo, a língua portuguesa deixará de ser a única com duas ortografias e poderá ser classificada como idioma oficial na Unesco.

Fonte: FCDL - por Raquel Rezende

03/02/2009

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