Em novembro deste ano a promessa de um sistema efetivo de monitoramento eletrônico em São José completará dois anos. Na última semana, a Secretaria de Segurança Pública do município sinalizou o que parece ser o mais novo capítulo dessa verdadeira novela foi estipulado um prazo de 90 dias para a instalação dos 21 links que ainda restam para concluir a implementação do projeto de vigilância eletrônica no município. Do total de 60, 30 equipamentos foram comprados por meio de uma parceria com a Prefeitura de São José e com o Governo do Estado, totalizando um investimento de R$ 400 mil. Desde agosto de 2010, 21 câmeras estão encaixotadas.
O tenente-coronel Vânio Dalmarco, coordenador do Sistema de Vigilância Eletrônica Estadual, afirmou que a autorização para abertura da licitação para a conclusão das instalações já foi adquirida. A notícia, apesar de soar promissora a primeira vista, é encarada com desconfiança pelos populares, cansados de ouvir as promessas dos governos estaduais e municipais, que há tempos anunciam que cerca de 60 câmeras de vigilância seriam instaladas na cidade, porém atualmente apenas nove equipamentos estão em funcionamento.
Sanderson de Jesus, secretário de segurança de São José, não entende os motivos pelo qual um número maior de links ainda não está à disposição do município. “Não compreendo o porquê da licitação não incluir logo mais de 100 links. Dessa forma poderíamos buscar junto à iniciativa privada a instalação de mais câmeras e apenas ligá-las ao sistema, deixando a cidade mais fortalecida”, ressalta.
Em contrapartida, Dalmarco afirma que a contratação de mais links poderia atrasar o processo de implementação do monitoramento eletrônico em todo o estado. “A contratação dos links é individualizada. Como São José necessitava de 21 pontos, solicitamos apenas os necessários. Caso haja a demanda de aumentar esse número, teremos que fazer uma nova solicitação ao grupo gestor do governo. Por isso a prioridade é atender a necessidade”, explica. O coordenador também argumenta que a demora no processo é justificada pela burocracia e pelo processo orçamentário. “Tentar acelerar o processo pode prejudicá-lo, mas tenho expectativas de que em 40 dias conseguiremos dar início a instalação das 21 câmeras restantes”, conclui.
O vice-presidente de Relações Institucionais da AEMFLO e CDL de São José, Marcos Cardozo, acompanha desde o início o processo de implantação das câmeras e aponta um desencontro entre os poderes públicos em relação ao caso. “Percebemos claramente a falta de sintonia entre o município, o Estado e a União, tanto no que diz respeito ao sistema de câmeras de monitoramento, quanto nos demais assuntos de interesse da sociedade e da classe empresarial. O que esperamos é ter as 60 câmeras prometidas inicialmente instaladas e funcionando até o final de 2011, pois são equipamentos essenciais para a segurança de São José”, declara.
