Dos 59 milhões de internautas brasileiros acima de 16 anos, 75% recebem até cinco salários mínimos. Esses consumidores já representam 51% dos web-shoppers daqui, como são conhecidos os consumidores que compram pela internet. Tendo em vista esses números, não é difícil perceber que "a base da pirâmide é o futuro do e-commerce".
Por Equipe InfoMoney
A constatação é do publicitário Renato Meirelles, que coordenou pesquisa que revelou quem é a baixa renda do País e como essa classe se comporta quando o assunto é consumo.
Para ele, as empresas ainda não aprenderam a olhar esses consumidores sem sair da frente do espelho. Com isso, acabam perdendo um grande mercado, que representa cerca de 85% da população brasileira, detém 76% do consumo, 69% dos cartões de crédito e movimenta R$ 620 bilhões por ano.
"Não dá para pensar em futuro sem olhar esses consumidores", afirma Meirelles. Para ele, o consumidor que compra na rede procura uma empresa na qual possa confiar e que o represente. "Não adianta gastar dinheiro tentando catequizar esse consumidor", ressalta.
Insegurança e desconfiança
Meirelles constata que vale a pena investir em produtos e em campanhas voltadas à baixa renda. No entanto, é preciso ultrapassar certas desconfianças e derrubar certas barreiras para chegar até esse público e mantê-lo como um consumidor fiel.
A insegurança com relação aos seus dados, como o número do cartão de crédito e o medo de pagar e não receber o produto e de comprar o produto errado são os principais empecilhos a ser combatidos.
Segundo ele, esse consumidor não se sente assistido na internet. Por isso, comprar por esse meio é mais difícil. "É preciso deixar claro as oportunidades oferecidas por este canal e criar avalistas de compra", avalia. "Esse consumidor procura uma empresa que o ajude a consumir".
O consumidor de baixa renda, de maneira geral, é mais conservador. No entanto, no meio virtual, essa desconfiança se acentua. "Esse consumidor não pode errar", por isso, ele é mais precavido na hora de dar o "ok".
Baixa renda conectada
"O computador e a internet são ferramentas para fazer economia, gerar renda e se divertir". Entender essa relação é perceber quem está atrás da tela dos computadores de 66% das casas brasileiras que têm PCs.
Para esse consumidor, o equipamento funciona como utilidade doméstica e o ajuda na hora da compra, tendo papel fundamental na decisão. "A internet ajuda na pesquisa de preço e de produto", constata Meirelles.