“O processo é lento, falta melhor educação para acelerar e alcançar a plena democracia, mas, sem dúvida, saímos dele muito melhores e amadurecidos. Estávamos nas redes sociais, mas nem só de virtualidade vivemos esse processo. Fomos às ruas e impúnhamos nossa bandeira com um orgulho que há muito tempo não se via. Ficou um claro recado aos políticos que vencer uma eleição não é permissão para mentir, roubar e fraudar processos. Falamos de política como nunca e enaltecemos a tão démodé honestidade”, ressalta o empresário e vice-presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Victor Souza.

Com sede de justiça, os brasileiros ainda clamam pela continuidade das investigações e para que todos os envolvidos, independente de filiações partidárias, sejam punidos. O caminho é longo e constitucional, mas, segundo o empresário, a população não se impressiona mais com artistas nos palcos, frases ao vento, não nos permitimos enganar com o populismo latino-americano barato e nocivo. “Queremos poderes independentes e muitos entenderam mais sobre o que são os poderes e seus papéis. E o melhor: percebemos o quanto os políticos têm um papel secundário diante de nossa união”, declara.

O empresário acredita que o processo de impeachment não tem volta, mas que caso não ocorra, não há como o governo conseguir tocar o país, pois certamente haverá novas denúncias e vamos amargurar mais um tempo de economia inerte. “Talvez, para alguns, esse tempo possa significar a morte”, alerta e ressalta que se o impeachment ocorrer, precisamos continuar fiscalizando para que as investigações da Operação Lava Jato não sofram interferências e torcer para que o governo, diante de tamanha crise econômica, politica e ética possa aglutinar os melhores nomes e formar um time capaz de produzir uma retomada no crescimento do país.

Para retomar ao crescimento, o país precisa focar na gestão de redução dos gastos públicos, rigor nas contas e na execução do orçamento, retomada de acordos com países que possam revigorar nossas exportações e atrair investimentos, ministérios com os melhores técnicos, políticos e pessoas de moral ilibada e valorização das pessoas e da família. “Além disso, apoiar mais os Estados e municípios, que não suportam mais pedir com pires na mão recursos à União; produzir as reformas mais necessárias, aproveitando o apoio popular, demonstrar um diferencial na gestão e pensar e agir com mais carinho em educação, educação e educação. Não há outra saída. E se tudo isso acontecer, nosso mercado interno aquece, retoma-se o crescimento e as taxas de emprego e renda”, analisa.

Impeachment segue para o Senado

A Câmara dos Deputados autorizou, por 367 votos a favor, 137 contra e sete abstenções, o Senado Federal a abrir processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A votação no plenário contou com 511 deputados, dos 513 que compõem a casa legislativa. Para que o processo seguisse adiante, eram necessários 342 votos a favor.

Confira os próximos passos do processo de impeachment:

Com informações e arte da Agência Câmara Notícias