Nos últimos dias 11,12 e 13 deste mês foi realizada o Feirão do Brás, na sede do CTG os Praianos, em São José. O anúncio da realização do evento, que comercializou diversos produtos em 200 bancas, surpreendeu a classe empresarial do município e gerou suspeita quanto à legalidade do evento. No primeiro dia de realização do Feirão a equipe de reportagem da AEMFLO e CDL-SJ foi até o local e detectou irregularidades.
Falsificação de produtos, sonegação fiscal e precárias condições de trabalho para os funcionários do Feirão do Brás foram constatadas. Outra situação que surpreendeu foi a expedição do alvará de funcionamento para a realização do Feirão do Brás, promovido pela empresa Tereza Guesser, de Joinville, em tempo recorde de 24 horas, sendo que o tempo médio de expedição de alvará para empresários em São José está sendo de até três meses.
Diversos produtos foram comercializados em 200 bancas durante o Feirão do Brás realizado em São José
Óculos de “marcas” falsificados e comercializados durante o Feirão
Para o presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Marcos Antonio Cardozo de Souza, o comércio local foi afetado de forma negativa devido à realização da feira itinerante. “Foi um desrespeito com quem aqui vive e produz. Lamentamos as dificuldades encontradas junto à secretaria da Receita Municipal desde janeiro, e que têm afastado ou dificultado a vida de muitos comerciantes do nosso município, devido à demora na expedição dos alvarás. Enquanto isso o Feirão do Brás consegue liberação em tempo recorde. Esperamos que a nossa prefeita tome medidas urgentes para reverter esse quadro negativo e proporcionar o retorno de tantos impostos pagos pela sociedade josefense. É o mínimo”, desabafa.
Além das falsificações de produtos, os funcionários do Feirão do Brás foram flagrados em condições precárias de trabalho
A equipe de reportagem das entidades foram até o local e registraram um flagrante de sonegação fiscal no Feirão do Brás. Assista:
Municípios da região barraram Feirão
Não é a primeira vez que o Feirão do Brás causa transtornos na região. No mês de setembro, empresários do município de Santo Amaro da Imperatriz se mobilizaram para evitar que o evento acarretasse prejuízos ao comércio local.
Segundo a gerente executiva da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Santo Amaro da Imperatriz, Marta Della Rocca, os empresários do município se reuniram na Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Imperatriz e pressionaram o poder executivo a cancelar a liberação. A entidade constatou que foi expedido alvará apenas para a empresa promotora do evento e não para cada feirante participante, como está previsto em lei. Após a pressão, o Feirão foi cancelado.
No município de Antônio Carlos, a prefeitura local também cancelou a alvará de liberação do Feirão do Brás que iria acontecer entre os dias 18,19 e 20 no município. Em decreto a prefeitura comunicou que houve tentativa de burlar a legislação do município, pois os materiais de divulgação do evento anunciavam venda de mercadorias, diferentemente da atividade econômica principal divulgada pela promotora do evento como prestadora de serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas.
