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Indústria investirá R$ 53 bilhões a menos em 2015

17/06/2015

Uma pesquisa realizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostra que a indústria de transformação vai cortar 32,7% do seu investimento em 2015, representando R$ 53,3 bilhões a menos em máquinas, equipamentos e instalações, gestão, inovação, pesquisa e desenvolvimento. O valor despenca de R$ 163 bilhões no ano passado para R$ 109,7 bilhões em 2015.

O corte se concentra nos investimentos em máquinas, equipamentos e instalações, com R$ 41,5 bilhões (38%) a menos, mostrando que a indústria não pretende aumentar a capacidade de produção neste ano. Em gestão, a queda será de R$ 3,8 bilhões (23,7%), enquanto inovação perderá 18% em relação ao ano passado, ficando com R$ 3,8 bilhões a menos. Pesquisa e desenvolvimento arcarão com um recuo de R$ 4,1 bilhões (25%). Analisando pelo porte da empresa, as pequenas vão cortar mais. Entre elas, a redução do investimento total será de 42,8%. As médias devem cortar 38,8% e as grandes, 29,3%.

De acordo com o levantamento, o número de empresas que declararam que não farão investimentos passou de 19,4% no ano passado para 44,4% neste ano. O relatório constata que com a insegurança, a ameaça de mais impostos, falta de demanda e de perspectiva, a indústria já sente a falta de competitividade, resultando em menos investimentos e empregos. Na pesquisa, 62% dos empresários alegam que a alta carga tributária é o maior obstáculo para o investimento. Por isso, 59% deles consideram que a diminuição de impostos é imprescindível para reverter esse cenário, enquanto 42% acreditam que o aumento da taxa de crescimento da economia estimularia os investimentos.

O vice-presidente de Patrimônio da AEMFLO, Nelson Antônio Silveira, é também proprietário da Higie-plus Cottonbaby e afirma que o governo prefere comprar matéria-prima de fora a valorizar as empresas brasileiras. “A falta de incentivo e a insegurança jurídica fazem os empresários pensarem duas vezes antes de investir. As leis mudam o tempo todo e é difícil pensar em longo prazo assim”, diz ele, contando que ainda não deixou de investir, mas o que pretende aplicar até o final do ano será mais moderado.

Já o conselheiro e proprietário da Retifica Scarduelli, Raimundo Scarduelli, afirma deixou de investir em melhorias na sua empresa este ano. “Estamos em um momento de precaução e o governo não transmite confiança. O alto índice de desemprego e a corrupção, aliado a outros fatores, assustam. E diante desse cenário, entendemos que não é a melhor hora para investir”, declara.

17/06/2015

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