Câmbio fez a produção em Santa Catarina crescer apenas 0,23% em 2006, contra a média nacional de 2,83%
O ano de 2006 não deixa boas lembranças para a indústria catarinense. O crescimento da produção foi de apenas 0,23%. O desempenho ficou abaixo da média brasileira, de 2,83%. Os dados são da pesquisa industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as 14 regiões pesquisadas pelo instituto, 11 apresentaram crescimento. Destas, Santa Catarina ficou na última posição.
Em alguns setores - como madeireiro, vestuário e alimentício - a produção despencou. O principal motivo para este fraco desempenho, segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, é o cenário desfavorável para as exportações.
- Já são dois anos consecutivos de baixo crescimento na indústria estadual. Isso está relacionado a uma queda de 17% nas exportações em 2005 e de 7% no ano passado.
Postos de trabalho cresceram 1,4%
Segundo Côrte, se a pesquisa revelou um ano difícil para a indústria no Estado, mesmo assim o setor consegui aumentar o número de postos de trabalho em 1,4%. O patamar, porém, também está abaixo da média de crescimento da indústria nacional.
- As micro e pequenas empresas formalizaram muitos trabalhadores em 2006 - avalia.
O setor gerou cerca de 20 mil empregos no ano passado.
No mercado externo, houve empresa que trabalhou no prejuízo em 2006.
- As fábricas que firmaram contratos em outra realidade cambial, de dólar em patamar mais elevado, estão honrando os compromissos somente para manter as parcerias comerciais. Mas operam com prejuízo - diz o diretor da regional catarinense do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Automotores (Sindipeças/SC), Daniel Camilotti.
O pior desempenho ficou por conta da indústria madeireira, que viu a produção recuar 17%, principalmente por conta da queda do dólar.
- As empresas não conseguiram manter as exportações. As que venderam no mercado externo o fizeram com prejuízo. No fim do ano, acabaram diminuindo a produção para vender o menos possível - afirma o presidente do Sindicato de Indústria da Madeira, João Elias Simoneto.
O segmento de veículos e autopeças produziu 24% a mais.
Fonte: Diário Catarinense