Insatisfeita com as medidas anunciadas pelo Governo Federal no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a indústria catarinense arregaçou as mangas e começou a elaborar uma lista de sugestões de melhoria para o projeto. Encabeçada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), a iniciativa deverá levantar prioridades para o desenvolvimento do Estado que não foram contempladas no plano original.
O documento será elaborado com base em uma pesquisa que está sendo realizada com a diretoria da Fiesc, empresas e sindicatos das indústrias para avaliar como o setor recebeu o plano e descobrir quais são as principais demandas dos empresários. A intenção é entregar a lista de sugestões em mãos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para a Fiesc, o alcance do PAC é limitado e suas medidas, insuficientes para acelerar o crescimento da economia. "Para falar efetivamente em aceleração de crescimento, precisaríamos de medidas mais arrojadas. O grau de desoneração anunciado terá impacto restrito. E para que a redução tributária pudesse ser maior, seria necessária uma contenção significativa de gastos no governo", avalia Alcântaro Corrêa, presidente da Fiesc.
Outra ressalva é com relação ao programa de investimentos do pacote. Segundo a Fiesc, o montante de recursos novos do governo federal é pequeno e está fortemente concentrado na Petrobras. Além disso, dos pouco mais de R$ 500 bilhões projetados no total, R$ 200 bilhões são atribuídos à iniciativa privada e dependem do estabelecimento de regras claras para o investidor. “Até aqui o governo não tem dado mostras de eficiência para viabilizar uma participação mais ativa da iniciativa privada nos investimentos em infra-estrutura”, critica Corrêa. Além disso, lembra ele, grande parte das medidas ainda dependem de aprovação do Congresso.
Os líderes da indústria também reclamam da fatia de recursos destinada a obras de infra-estrutura no Sul. Os R$ 37,5 bilhões que devem ser repassados à região até 2010 só ganham do valor proposto para o Centro-Oeste e correspondem a 11,6% do total anunciado para obras regionais. Ao mesmo tempo, o Sudeste e o Nordeste ficaram com 40,3% e 24,9%, respectivamente. "Na distribuição dos recursos repete-se a lógica que tem predominado nos últimos anos. Isso mostra a importância de reforçarmos a atuação do Fórum Industrial Parlamentar Sul", afirma Corrêa.
Fonte: Revista Amanhã – Newsletter