O número de consumidores com contas em atraso e registrados nos cadastros de inadimplentes subiu no mês de agosto. Dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostram um aumento de 4,86%, no período, em relação com o mesmo mês do ano passado.
O número de inadimplentes aumentou ainda em relação ao mês anterior: 0,65% em agosto, acima dos 0,38% de julho. Os órgãos estimam que, no mês passado, 57,3 milhões de consumidores estavam listados em cadastros de devedores inadimplentes por conta de pendências com atraso de pagamento. O número representa cerca de 39% da população brasileira adulta, entre 18 e 95 anos. Ao longo do ano, 2,7 milhões de nomes foram incluídos nos cadastros de inadimplentes.
O Indicador Regional de Inadimplência de Pessoa Física registrou crescimento mensal na quantidade de consumidores com contas atrasadas em todas as regiões brasileiras. Destacam-se as maiores altas no Sudeste, de 1,24%, e no Nordeste, de 1,01%. O Centro-Oeste foi a região com menor variação mensal, com alta de 0,23%. Enquanto isso, o Sul obteve uma variação de 0,66% e o Norte 0,73%.
Segundo os órgãos, em agosto, havia cerca de 24,2 milhões de inadimplentes no Sudeste, a região com o maior número de devedores, representando 37,96% da sua população inadimplente. Em seguida, aparecem o Nordeste, com 15 milhões de inadimplentes (38,57% da população da região); o Sul, com 8,1 milhões (37,32%); o Norte, com 5,2 milhões (46,59%); e a região Centro-Oeste, com 4,7 milhões (42,57%). O setor de água e luz é apontado como principal destaque em relação ao crescimento anual da inadimplência: as dívidas em atraso neste segmento cresceram 13,89%. Em segundo lugar, aparecem as dívidas de bancos, que avançaram 10,28%.
O diretor de Comércio e Serviços da CDL-SJ, Roberto Carmes, atribui essa situação à crise econômica. “As despesas aumentaram muito nos últimos tempos, principalmente de água e luz, por conta da inflação. O consumidor não está conseguindo lidar e se vê obrigado a escolher quais dívidas são mais urgentes a quitar”, relata e destaca que o índice de inadimplência deve aumentar ainda mais.