Um levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aponta que quase um quarto da receita dos exportadores brasileiros é gasta com o pagamento de impostos.
Os tributos pagos na compra de insumos ao longo da cadeia produtiva representam 22,9% do faturamento líquido das empresas, e desse total, 17,1% correspondem a impostos que poderiam ser recuperados pelos exportadores por meio de compensações.
O problema é que, em alguns casos, as empresas não conseguem receber os créditos do governo. Os 5,8% restantes são impostos para os quais não há devolução. "Se não existissem essas cobranças, equivaleria a uma maxidesvalorização cambial", disse José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados e ex-secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
A reclamação das empresas de que o Brasil exporta imposto é antiga, mas a discussão voltou por conta da crise. As exportações brasileiras tiveram queda de 25% de janeiro a setembro em relação ao mesmo período de 2008. Nos produtos manufaturados, o recuo foi de 31% no período. Os efeitos da crise no Brasil quebraram o tripé que sustenta as exportações porque a demanda externa se retraiu, os preços internacionais caíram e o câmbio se valorizou (por conta do ingresso de dólares). Segundo os economistas, o cenário começou a melhorar no mercado internacional, mas a recuperação ainda é lenta.
Fonte: Estadão