O Brasil vive um momento de expectativa. O julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff, ocorre desde quinta-feira (25/08) e deve ser concluído nas próximas horas. A decisão final do processo de impeachment cabe aos senadores. Se receber 54 votos, Dilma será afastada definitivamente do cargo, ficará impedida de exercer qualquer função pública por oito anos e quem assume a presidência do Brasil é Michel Temer. Caso seja absolvida, retorna ao cargo imediatamente. Mas o que podemos esperar para o futuro do Brasil?
O gestor de fundos financeiros e administrador de carteiras, Rafael Costa da Silva, afirma que tudo indica que o impeachment realmente aconteça. Ele destaca que esse é um momento histórico para o Brasil e, passado o cenário de incertezas, o país tem tudo para se recompor. “A indefinição afeta a economia. O Temer tem mostrado articulação política e mais capacidade de negociação, conseguindo aprovar algumas medidas no Congresso. Será um processo longo, mas se o governo interino assumir de vez a presidência do Brasil o dólar vai cair, a bolsa subir e teremos a retomada da confiança, que refletirá na reação do consumo, dos investimentos, da inflação e dos empregos”, analisa.
Silva afirma que o mercado financeiro já espera pelo impeachment e comenta qual será a reação se Dilma for absolvida. “Será mais um momento de indefinição. A presidente afastada estava encontrando dificuldades em aprovar medidas no Congresso e possivelmente continuará enfrentando obstáculos. A tendência é que o mercado tenha uma reação negativa, refletindo nas taxas de juros, que voltarão estar em alta e na confiança de empresários e consumidores”, alerta.
O conselheiro da AEMFLO e CDL São José, Edegar Tremarin, afirma que o impeachment seria muito importante para a retomada do seu negócio. Sócio executivo da DVA Veículos, empresa que comercializa automóveis, ônibus, caminhões, equipamentos e acessórios, sente os reflexos do atual cenário econômico, já que a produção de veículos recuou 20,4% entre janeiro e julho deste ano, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Consequentemente, a venda de veículos também caiu e o segmento de importados teve queda acentuada: 43,6% entre janeiro e julho, segundo Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores). “Precisamos de definição política, pois do jeito que está não dá para investir. A produção de veículos está passando por um mau momento e se não tem produção, não tem venda”, afirma ele, que espera pela retomada dos investimentos e do consumo.