Segundo a Fecomércio-SC (Federação do Comércio de Santa Catarina), o movimento nos dias de greve caíram cerca de 60% e houve aumento de mais de 35% de faltas no quadro de funcionários. Entre os que foram ao trabalho, 92% chegaram atrasados. Para compensar o prejuízo, os empresários utilizaram o transporte alternativo, o que onerou os empreendimentos. Ainda segundo o levantamento, as opções mais utilizadas foram reembolso do gasto com transporte de carro, pagamento de passagens de vans, micro-ônibus e táxis.

A Secretaria de Educação de Florianópolis notificou que 13,7 mil crianças, de quatro meses a 14 anos, deixaram de ser atendidas, por não terem professores ou meios de chegar às unidades educacionais. A saúde no município de Florianópolis também foi afetada e cerca de quatro mil pessoas deixaram de consultar, fazer exames ou retirar remédios.

“Sempre o mais necessitado sai prejudicado nessa situação. Estudantes, pacientes precisando de atendimento médico, trabalhadores, enfim, grande parcela da sociedade ficou refém do impasse entre grevistas e sindicato patronal de empresas de ônibus”, analisa o presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Tito Alfredo Schmitt. Além das filas imensas que agravaram ainda mais a falta de mobilidade, ele alerta que esse transtorno tem que sair do nosso calendário. Greve todo ano é incompatível com o atual momento que vivemos”, conclui.

Reivindicações trabalhistas

A atual greve reivindicava a redução da jornada de trabalho de 6h20 para 6h, a extinção da jornada de 3h, reajuste pela inflação (7,16%) e aumento salarial de 5% para motoristas, cobradores e demais trabalhadores das garagens de ônibus e aumento no ticket alimentação para R$ 460.

Em maio de 2012, a greve durou três dias e os motoristas conseguiram aumento no salário de R$ 1.517 para R$ 1.591, vale-refeição de R$ 380 para R$ 420 e jornada de trabalho reduzida gradualmente, das atuais 6h40min para 6h30min. Este ano, a jornada de trabalho, exigida pelos grevistas, foi para 6h20min.