Acesso Rápido

Notícias

Governo prorroga IPI reduzido para carros e desonera material de construção

31/03/2009

O governo federal anunciou na segunda-feira (30) a prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para o setor automotivo por mais três meses -- o benefício valeria até hoje (31) --, mas com a contrapartida da manutenção dos empregos pelas montadoras, conforme antecipado pela Folha.
Por Ygor Salles, Folha Online

Entre outras medidas, o governo também anunciou benefícios para motocicletas e materiais de construção e, como compensação, elevou a tributação sobre os cigarros.

As montadoras, porém, estão livres para implementar programas de demissão voluntária --como feito pela Ford na última semana-- e demitir trabalhadores temporários ao final de seus contratos.

Segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, sem a medida, haveria uma queda de 30% nas vendas de veículos no segundo trimestre. Após a redução do IPI, as vendas de veículos se recuperaram da forte queda vista no fim do ano passado. Na primeira quinzena deste mês, as vendas de automóveis e comerciais leves registraram alta de 5,31%. Apesar disso, mais de 4.700 empregos foram cortados no setor.

Além das montadoras, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que os materiais de construção também terão alíquotas menores de IPI. Haverá isenção para a compra de revestimentos, vernizes, tintas, cimento, pias, louças de banheiro, rede e grade de aço, chuveiro, fechaduras e dobradiças, entre outros itens. Outros produtos tiveram apenas redução, como massa de vidraceiro, cujo IPI foi de 10% para 2%.

Além disso, foi modificado o regime de tributação para a construção civil (congrega os impostos: IR, CSLL, PIS e Cofins), aplicado às construtoras, com redução de 7% para 6%. Caso a construtora esteja no programa de habitação do governo, a redução vai a 1%.

Outra medida é o benefício fiscal para motocicletas, que teve redução de Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de 3% para zero.
Para compensar, ao menos parcialmente, a perda de arrecadação com a desoneração fiscal, o governo vai elevar o IPI e a Cofins sobre os cigarros. Segundo Mantega, o produto ficará entre 20% e 25% mais caro.

A previsão de renúncia fiscal com essas medidas é de R$ 1,5 bilhão. O governo espera recuperar esse valor totalmente com o aumento do imposto sobre cigarros.
O anúncio de hoje feito em São Paulo, que contou com a presença do vice-presidente, José Alencar, complementa o pacote habitacional lançado na semana passada pelo governo, que prevê construir 400 mil casas para a baixa renda e facilitar os empréstimos imobiliários para quem recebe entre três e dez salários mínimos.

Manaus

Mantega informou ainda que o governo, por decreto, ampliou a lista dos setores considerados prioritários na área da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) --têm isenção de IR (Imposto de Renda) de pessoas jurídicas. Foram beneficiadas as empresas de papel e celulose, desde que tenham projeto de reflorestamento, material descartável (barbeadores, canetas, lápis, lapiseiras), brinquedos, relógios e materiais óticos.

As medidas foram assinadas pelo presidente em exercício, José Alencar, e serão publicadas no "Diário Oficial da União" na terça-feira. Elas entram em vigor amanhã, com exceção das tarifas sobre cigarro, que passam a valer em maio.

Veículos

Os carros populares até 1.000 cilindradas (tanto álcool quanto gasolina) têm taxa zero (a original é de 7%), os de 1.000 cilindradas a 2.000 cilindradas, à gasolina, têm redução de 13% para 6,5%, e os flex ou álcool, de 11% para 5,5%.

MATERIAL

REDUÇÃO DO IPI

Cimentos aplicados na construção

4% para 0%

Tintas e vernizes dos tipos aplicado na construção

5% para 0%

Massa de vidraceiro

10% para 2%

Indutos utilizados em pintura

5% para 2%

Revestimentos não refratários do tipo dos utilizados em alvenaria

5% para 0%

Aditivos preparados para cimentos, argamassas ou concretos

10% para 5%

Argamassas e concretos para construção

5% para 0%

Banheiras, boxes para chuveiros, pias e lavatórios de plástico

5% para 0%

Assentos e tampas, de sanitários de plástico

5% para 0%

Caixas de descarga e artigos semelhantes para usos sanitários ou higiênicos, de plásticos

5% para 0%

Pias, lavatórios, colunas para lavatórios, banheiras, bidês, sanitários, caixas de descarga, mictórios de porcelana

5% para 0%

Pias, lavatórios, colunas para lavatórios, banheiras, bidês de cerâmica

5% para 0%

Grades e redes de aço, não revestidas, para estruturas ou obras de concreto armado ou argamassa armada

5% para 0%

Outras grades e redes de aço, não revestidas, para estruturas ou obras de concreto armado ou argamassa armada

5% para 0%

Pias e lavatórios, de aços inoxidáveis

5% para 0%

Outras fechaduras; ferrolhos

5% para 0%

Partes Cadeados, fechaduras e ferrolhos

5% para 0%

Dobradiças de qualquer tipo (incluídos os gonzos e as charneiras)

5% para 0%

Outras guarnições, ferragens e artigos semelhantes para construções

10% para 5%

Válvulas para escoamento

5% para 0%

Outros dispositivos dos tipos utilizados em banheiros ou cozinhas

5% para 0%

Disjuntores

15% para 10%

Chuveiro elétrico

5% para 0%

31/03/2009

Mais notícias