Santa Catarina voltou a sofrer com a onda de ataques ao transporte público. Na Grande Florianópolis, a Capital, São José, Palhoça e Tijucas foram alvos e a população está à margem da insegurança.
Além de insegurança, os ataques trazem prejuízos à economia catarinense, já que a sensação de medo e o horário reduzido dos ônibus faz com que os empresários tomem medidas, como a dispensa dos funcionários antes do fim do expediente. Na última terça-feira (30/09), o Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano) comunicou a paralisação do serviço após às 18h30, o que gerou receio das empresas.
A N'Luzzi, localizada no Centro de Florianópolis, enfrentou problemas por conta da paralisação do transporte. A gerente Andreza Veríssimo comenta que a loja sofre em épocas de ataques, que já vem ocorrendo desde 2012. “Temos queda no movimento e de faturamento, em torno de 20%. A loja fica vazia”, diz.
Na indústria não é diferente. E o proprietário da empresa Décio Indústria Metalúrgica, Décio Giacomelli, enfrenta dificuldades com a assiduidade dos funcionários. “Quando ocorrem os ataques, os colaboradores costumam chegar mais tarde e precisam sair mais cedo. A produtividade cai significativamente. Além disso, afeta o psicológico de todos, que ficam com medo de sair de casa”, conta.
Para o presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Marcos Souza, as ações da criminalidade estão ultrapassando todos os limites, se é que há limites, e apesar das ações da PM de Santa Catarina e das demais forças de segurança do Estado, o pânico está espalhado na sociedade que, acuada, já não sabe o que fazer, para onde ir, o que esperar e como se proteger. “Registramos nosso profundo respeito e admiração pelos homens e mulheres da Polícia Militar e da Polícia Civil do nosso Estado, que arriscam suas vidas diuturnamente para nos proteger, mas é preciso mais”, diz.
Souza também lembra que estamos diante de um pleito eleitoral no próximo domingo, importantíssimo para o futuro do país e que a sociedade precisa ter esse direito garantido, assim como todos os demais direitos constitucionais que vem sendo desrespeitados há décadas. “Diante desse repetido quadro de terror, é preciso mudança, sejam as leis, o código penal especificamente, a forma de pensar segurança pública, de lidar com presos, presídios e cadeias. Mais do que votar consciente, exerça seu direito de cobrar, de fiscalizar, de participar e de agir em nome do bem comum. Ou vamos amargar muitos outros prejuízos incalculáveis”, finaliza.