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Economia: o que podemos esperar de 2017?

23/01/2017

Em 2016, o Brasil passou por diversas mudanças, principalmente na política e enfrentou um cenário econômico incerto, que resultou em quedas nas vendas das principais datas comemorativas para o comércio, entre outros impactos negativos. E em 2017? O que podemos esperar da economia brasileira?

 

O FMI (Fundo Monetário Internacional) já fez a sua projeção: reduziu a previsão de crescimento do Brasil de 0,5% para 0,2% em 2017, indicando que a recuperação da economia será lenta. O professor e economista, Netanias Dormundo Dias, explica que essa expectativa deve se concretizar porque o Brasil possui uma taxa de juros muito alta, que encarece o crédito e dificulta a produção. “As famílias estão com boa parte da renda comprometida com dividas de médio e longo prazo, sem condições de consumir. Para agravar a situação, há a crise fiscal dos Estados e municípios, além do ajuste fiscal do governo federal, que deixam a economia sem fluxo financeiro, ou seja, menos dinheiro em circulação”, revela.

 

O professor destaca ainda que o fraco cenário do mercado externo contribui para a recessão no Brasil. “As incertezas geradas pela eleição americana, a saída do Reino Unido da União Europeia e a onda nacionalista nos demais países europeus trazem um expecto de incertezas para o comércio internacional. Caso o Trump ponha em prática suas ideias protecionistas, essas ações prejudicarão o Brasil, que é o segundo parceiro comercial dos Estados Unidos, depois da China”, relata.

 

O comércio varejista foi um dos setores mais afetados pela recessão em 2016, acumulando quedas nas vendas nas principais datas comemorativas. O Dia das Mães, por exemplo, segunda melhor data para o comércio, teve queda de 8,4%, conforme apurou a Serasa Experian. Uma pesquisa da Boa Vista SCPC mostra que o movimento no comércio caiu 4,1% no ano passado. E segundo Dias, esse resultado pode se repetir em 2017. “Uma vez que a renda das famílias está estagnada, com o desemprego em alta, não será nenhuma surpresa se houver queda nas vendas novamente”, constata.

 

Mesmo com a economia estagnada, alguns setores terão potencial para crescer. Um levantamento do Sebrae mostra que o ramo de consertos, principalmente de carros e eletrônicos, estará em alta, já que os consumidores estarão mais apertados para adquirir produtos novos. Além disso, o setor de construção, focado em acabamento, elétrica e pintura, tem tudo para se destacar, assim como o de estética e beleza e alimentação. No setor de vestuário, o Sebrae aponta uma tendência: a troca ou venda de peças não mais utilizadas. O professor afirma ainda que os setores ligados ao mercado externo podem ter um impacto positivo devido ao real desvalorizado frente ao dólar. “Essa desvalorização cambial beneficia as empresas exportadoras”, conta.

 

Para o economista, o Brasil precisa ser mais competitivo para sair da recessão. “Com taxas de juros racionais, que efetivamente financiem a produção e o consumo. Além disso, o Estado precisa incentivar o investimento em infraestrutura e, juntamente a sociedade, modernizar a economia do país, desburocratizando-a”, conclui.

 

23/01/2017

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