O coordenador de Pesquisas e Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo Jr., disse ontem(13) que a projeção para 2007 dos empresários consultados na Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação - quesitos especiais - é de "crescimento moderado".
Segundo ele, as previsões parecem não conter uma expectativa de crescimento muito acima do que foi registrado em 2006, algo entre 3% e 4%, acrescentando que as indústrias não demonstram necessidade de aumentar suas plantas para fazer frente a um eventual crescimento de demanda.
- Isso mostra que a expectativa da indústria não é de um crescimento muito grande. A previsão média de gastos para expandir a capacidade produtiva está muito parecida com a realidade de 2006.
Conforme Campelo Jr, o comportamento da indústria no ano passado, que começou bastante ocioso, foi crescendo gradualmente, terminando com uma ocupação maior das plantas, mas sem chegar a um ponto de gargalo. Ele ressalta que para o triênio 2007/2009 os empresários projetam uma melhora em relação às expectativas do triênio 2006/2008.
Projeção futura para o setor é mais positiva
- A notícia favorável é de que a indústria, quando olha para um horizonte mais longo, tem a expectativa de continuidade do crescimento, o que justifica uma expansão média da capacidade prevista pela indústria - afirmou, ressaltando que esse resultado está embutindo em uma perspectiva de crescimento contínuo da economia nestes anos.
Entre os fatores limitadores ao crescimento sustentado da economia brasileira, a indústria reduziu suas preocupação com os juros e se voltou à carga tributária. Campelo destaca que a preocupação com a carga tributária, como principal fator de limitação do crescimento sustentável da economia, foi a mais lembrada pelos empresários desde que a pesquisa começou a ser realizada há cinco anos.
- A política monetária tem sido descendente e parece que a maior preocupação dos empresários leva a interpretação de que a taxa de juros não está mais tanto na cabeça dos empresários. Existe a possibilidade de chegarmos a uma taxa de juros mais compatível com o crescimento de longo prazo.
Fonte: DC