À medida que as grandes empresas elevam as captações no mercado e reduzem os empréstimos, os bancos buscam ampliar a oferta para as pequenas e médias. A fatia de crédito para esse segmento passou de 40% para 50,5% do total do sistema financeiro nos últimos dois anos e deve crescer ainda mais, informou o jornal Valor Econômico.
A aposta ganhou ainda mais força com a nova Lei de Micro e Pequenas Empresas, sancionada em dezembro de 2006. "Com a entrada em vigor, em julho deste ano, haverá benefícios reais para a saída da informalidade", avalia o superintendente executivo de pessoa jurídica do Banco Real, Carlos Ronaldo Ferreira. A expectativa é avançar 35% no segmento de pequenas e médias, acima dos 30% do ano passado.
Um dos pontos positivos é a criação do Supersimples, que irá unificar nove impostos e contribuições. Segundo o diretor do HSBC Odair Dutra, muitos pequenos empresários que movimentam os negócios com contas de pessoas físicas devem migrar para contas jurídicas. "O banco já começou a ampliar o atendimento a esse público e espera crescer a carteira desse segmento em 30% no ano, acima dos 22% de 2005", estima.
O diretor-executivo do Bradesco, Ademir Cossiello, lembra ainda que a rentabilidade desse segmento é superior à das grandes empresas. "A remuneração está ligada ao maior risco e ao spread que suporte esse risco", explica. A carteira do banco para pequenas e médias atingiu R$ 29 bilhões no ano passado e a expectativa é de crescer 25% neste ano. No primeiro trimestre o avanço ficou dentro da meta esperada, comemora o executivo.
A Serasa estima que cerca de 98% das empresas brasileiras são de micro e pequeno porte. Além disso, elas respondem por aproximadamente 60% dos empregos formais e por 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Pela lei, uma empresa com faturamento de até R$ 240 mil anuais é considerada microempresa; com rendimentos de até R$ 2,4 milhões, pequena. Segundo dados do Banco Central, os empréstimos para pessoas jurídicas de valor até R$ 100 mil avançaram 14,3% nos últimos doze meses. A evolução ainda é inferior aos 18% das concessões de até R$ 10 milhões.
Fonte: PEGN