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CRÉDITO FÁCIL É ARMADILHA PARA O CONSUMIDOR

15/03/2007

Opções de parcelamento em até 12 vezes incentivam as compras e as dívidas e aumentam a inadimplência no país
A tentação está nas vitrinas das lojas e nos anúncios publicitários. São opções de parcelamento em até 12 vezes nas principais redes de varejo brasileiras, crédito aprovado sem a comprovação de renda, possibilidade de pagar com cheques pré-datados, entre outras facilidades.

Apesar dos benefícios, em princípio, prometerem ajudar o consumidor - hoje comemora-se o dia dele - essas facilidades se mostram como verdadeiras armadilhas ao orçamento.

Em fevereiro de 2007, houve aumento de 7% nos registros do Serviço de Proteção ao Crédito de SC (SPC/SC) em comparação a igual período de 2006. O relatório sobre a inadimplência da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/SC) mostrou que o valor total de registros no SPC em fevereiro deste ano foi de R$ 32,4 milhões, enquanto a recuperação no mesmo período foi de R$ 17,9 milhões.

Nos bancos, as ofertas vão desde financiamento de carros e imóveis até a antecipação do 13º salário ou da restituição do Imposto de Renda. Mas tudo isso tem um preço.

Para o caso do IR, por exemplo, os juros giram em torno dos 3,5% ao mês. Não é preciso ter renda alta para ter acesso a essas facilidades oferecidas tanto pelos bancos como pelo comércio.

Um aposentado que ganhe um salário mínimo, por exemplo, pode adquirir bens de até R$ 2,5 mil, o que não ocorria antes da tendência ao crédito fácil para o consumidor.

Procura por crediário cresce 30% ao ano

O aposentado Vicente Victor Makowieski perdeu as contas de quantas ligações recebe por dia oferecendo cartões de crédito. Vicente diz que nunca caiu na tentação de aceitar uma proposta.

- Prefiro fazer minhas contas à vista, assim não me enrolo no final do mês - diz.

Os benefícios também chegam às passagens de avião. A maior parte das companhias oferece parcelamento em até 10 vezes no cartão de crédito.

O proprietário da financeira Realize Empréstimos, Kenio Rebelo, aponta que a procura por crédito vem aumentando a taxas de 30% ao ano. O empresário explica que, desde o final de 2004, com a aprovação da lei que regulamenta o crédito consignado, descontado na folha de pagamento, os bancos começaram a investir na oferta de crédito aos correntistas.

- Você já consegue encontrar no mercado de automóveis negócios que oferecem entrada de R$ 1 e o restante pode ser financiado em até 72 meses, que há dois ou três anos não existia - afirma.

As taxas de juros para empréstimo consignado variam entre 1,9% a 2,5% ao mês.

Como fugir da tentação

A primeira dica é evitar os empréstimos

> Caso não haja outra saída, faça pesquisas em bancos e financeiras para saber qual instituição oferece a taxa mais baixa
> É preciso saber, também, se há taxa de abertura de crédito e quanto ela custa
> Esse empréstimo não pode ser casado com outra venda, como a de seguro
>Verifique se o empréstimo caberá no orçamento e, acima de tudo, a possibilidade de pagar as prestações
> Quanto mais longo o prazo, maior é a taxa de juros, por isso fique atento

Fonte: Associação das Donas de Casa e dos Consumidores da Grande Florianópolis

Texto : Graziele Dal-bó - DC

15/03/2007

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