A discussão e a polêmica nunca acabam. A questão é: o voto deve ser aberto ou secreto? No Brasil, o sistema de voto na Câmara dos Deputados e no Senado Federal é o voto secreto, mas muitos vem exigindo transparência nos representantes em que votaram quando se trata do exercício da atividade política.
O Movimento Voto Aberto, desde 2006, busca formas para aumentar a transparência na gestão pública brasileira, criar um ambiente favorável ao desenvolvimento na política do país e por fim ao voto secreto na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. No entanto as opiniões dos líderes parlamentares e da sociedade se dividem.
Enquanto uns alegam que o voto secreto protege do julgamento popular, outros afirmam que a opinião e o voto devem ser expostos, pois o eleitor tem o direito de saber como o representante vota. Para o presidente da AEMFLO e CDL de São José, Tito Alfredo Schmitt, há muito tempo já deveria ter sido implantado o voto aberto. “Os políticos se escondem atrás do voto fechado. Eles representam uma coisa e fazem outra. A classe empresarial defende o voto aberto e nós esperamos que a classe política se sensibilize e abra o voto, não somente para votações federais, mas para estadual e municipal. A população precisa conhecer as ideias e o comportamento dos nossos políticos”, afirma o presidente.
A Proposta de Emenda Constitucional nº 38, que acaba com o voto secreto no Congresso Nacional, inclusive para cassação de mandatos, foi apresentada em 2001 e está engavetada desde 2006. Em 2006, chegou a ser aprovada na Câmara em primeiro turno por 383 votos a favor, nenhum contra e duas abstenções. Esfriado o escândalo do mensalão naquela época, a emenda não foi votada em segundo turno – o que possibilitaria ser enviada ao Senado.