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Cheque perde espaço para o cartão de crédito

11/06/2007

Os talões de cheques estão perdendo espaço nas carteiras dos brasileiros nos últimos anos. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que houve redução de quase um bilhão de ordens de pagamento em papel, que deixaram de ser emitidas entre 2002 e 2006.

Enquanto isso, o chamado dinheiro de plástico, considerado mais prático e seguro pelos consumidores e comerciantes, avança no sistema de pagamento. No mesmo período, o Brasil passou a conviver com mais 260 milhões de cartões de crédito e débito, somando, no fim de 2006, 379 milhões: são, em média, dois cartões para cada brasileiro. A maioria das pessoas passa cheque em casos de emergências ou em negócios que envolvem cifras elevadas.

A queda livre divide opiniões sobre o sepultamento do cheque. Quem acompanha o mercado bancário há anos aposta na estabilização dessa migração.

- Veremos o uso do cheque cair bastante, mas continuará existindo, mesmo porque os bancos investem para ampliar a rede de clientes nas faixas de renda mais baixas, em regiões do país, como a Amazônia, onde as pessoas nem tinham conta corrente - afirma Walter Tadeu Pinto de Faria, assessor técnico da área de serviços da Febraban.

Além disso, pessoas idosas, que em geral têm menos intimidade com os meios eletrônicos deverão manter o uso do cheque.

A concorrência não pára. Para Antonio Rios, diretor de Marketing da Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os cheques sofrerão novo baque com o pré-datado no cartão de débito.

Além do estímulo da oferta maior de formas de pagamento eletrônicas, outro meio usado pelos bancos para incentivar o dinheiro de plástico tem sido a tarifa.

O valor varia de banco para banco, mas todos cobram taxa por cheque emitido de valor inferior a R$ 40. E nos cheques iguais ou acima de R$ 5 mil, depois da implantação do Sistema de Pagamentos Brasileiro em 2002, cobra-se entre 0,11% e 0,13% do valor, para incentivar as transferências eletrônicas, de menor custo.

Comerciante ainda prefere método de recebimento

No que depender do comerciante Volmir Zanella, de 40 anos, os talões de cheque ainda terão mais alguns bons anos de vida útil. Proprietário, de um restaurante, ele não tem sistema de pagamento por cartões de crédito ou débito.

As cerca de 40 refeições servidas diariamente são pagas em dinheiro, em cheques à vista ou com pré-datados.

- Sei que o cartão veio para ficar, mas não vejo razões para parar de trabalhar com cheques. O custo de instalação é alto se comparado à demanda que existe aqui - avalia.

Vale a pena ou não?

Vantagens 

> Não é preciso ler ou ouvir a mensagem "o sistema está fora do ar"
> Evita a movimentação de grandes somas de notas
> Diminui a possibilidade de roubos
> Economiza o tempo que tomaria para contar as notas
> Desestimula que as pessoas acumulem dinheiro em espécie em casa

Desvantagens

> É cada vez menos aceito
> Existe muita burocracia na hora de abrir o crédito
> Corre-se o risco de ter o cheque descontado antes do prazo acertado
> Tem custo superior aos dos cartões
> É um produto mais fácil de ser clonado, roubado e ter a assinatura falsificada do que um cartão

Fonte: Diário Catarinense

11/06/2007

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