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Brasil é o terceiro do mundo em índice de sequestro de dados

04/11/2015

O sequestro de dados de computadores e celulares tem se intensificado no Brasil. Segundo pesquisa realizada pela PWC (PricewaterhouseCoopers), 20% das empresas do país apontam os atos de organizações criminosas como fontes de incidentes de segurança, tornando o Brasil o terceiro país com maior índice de sequestro de dados do mundo.

De acordo o consultor em segurança da informação e sócio da empresa TrueIT, Rafael Turazzi, é o malware (tipo de vírus) chamado cryptolocker responsável pelo crime, um tipo de ameaça que sequestra os dados de computadores, tablets e smartphones e exige pagamento para poder liberá-los. O vírus surgiu em 2013, mas tem se sofisticado e novas versões surgem toda semana. Segundo Turazzi, há outros malware semelhantes, como o cryptowall, reveton, urausy e android simplocker.

O consultor explica como ocorre a ação dos bandidos. “Um e-mail falso, atribuído a alguma empresa conhecida, tenta chamar a atenção da possível vítima, que acaba abrindo a mensagem, baixando o anexo ou clicando em um link. De forma silenciosa, o malware é instalado e criptografa os dados, deixando apenas uma mensagem que o computador foi infectado e bloqueado, exigindo uma chave pela qual você precisa pagar um determinado valor”, relata. E o pior: os criminosos não podem ser rastreados com o pagamento, já que são efetuados normalmente, com moeda digital, chamada Bitcoin, diferentemente das transações de convencionais.

Uma empresa localizada no Estreito, que não quis se identificar, teve seus dados no servidor infectados pelo vírus e o trabalho de toda uma semana foi perdido. “Fui acessar meus arquivos em uma sexta-feira e surgiu uma página com um e-mail do sequestrador. Só não paguei o resgate dos dados porque tinha feito backup no domingo, mas mesmo assim perdi o trabalho da semana, inclusive tivemos que refazer a folha de pagamento”, diz o proprietário do negócio. Ele conta que tinha investido cerca de R$ 6 mil reais no servidor e que tudo foi perdido. “Hoje, se eu investir novamente no que eu tinha, vou ter que desembolsar R$ 15 mil”, revela.

Turazzi recomenda ter uma política de backup eficiente, com várias versões e, principalmente, que seja mantida sempre pelo menos uma cópia fora da empresa. “Esta política também deve contemplar testes de restauração, para quando for necessário recuperar algum arquivo não se tenha uma surpresa desagradável. Hoje temos a facilidade de realizar backup em nuvem e existem várias ferramentas acessíveis no mercado para nos auxiliar”, relata. De acordo com o consultor, o antivírus também é essencial para proteger informações e é altamente recomendável utilizá-lo.

“É importante salientar que para se proteger não devemos confiar somente na tecnologia, também precisamos que os usuários tenham um mínimo de conhecimento sobre segurança da informação e procedimentos para o uso correto, minimizando o risco”, finaliza ele, que sugere a leitura da cartilha de segurança do órgão que regulamenta a internet no Brasil, para mais informações.

04/11/2015

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