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Brasil deve ter lixo subterrâneo em 2012

27/07/2011

Lixos aglomerados em esquinas, jogados no chão e espalhados pelas ruas, o caminhão da coleta que emitindo gás carbônico e poluição sonora na frente da sua casa. Essa não é a mais a realidade de pelo menos 150 cidades espalhadas pelo mundo que já descobriram uma maneira de colocar o lixo embaixo do tapete, feito é claro, de forma ecologicamente correta.

Em vez de latas, que dependem de coleta periódica, bocas de lixo. Por meio das escotilhas, os cidadãos jogam os sacos e aí começa um show de tecnologia. As bocas de lixo são dividias entre orgânico, reciclável e não reciclável e são conectadas a um gigantesco sistema de tubulação enterrado a cinco metros da superfície. Um sugador aspira o lixo de hora em hora, dia e noite, o ano inteiro, fazendo com que os sacos, já previamente separados, cheguem a ''viajar'' até 70 quilômetros por hora embaixo da terra.

O destino final é um centro de coleta, geralmente instalado na periferia da cidade. O lixo entra diretamente em um contêiner, que depois de cheio é transportado para uma usina de triagem, ainda mais afastada da cidade. Plásticos, latas e papel são reciclados, o lixo orgânico vira combustível para mover turbinas que produzem eletricidade. A tecnologia parece ser nova, porém foi criada na Vila Olímpica de Barcelona, construída para os Jogos de 1992, ainda no século passado. O sistema acaba com a sujeira nas ruas, com as latas de lixo e, principalmente, com a coleta, um método que geralmente custa caro e polui o meio ambiente. Atualmente mais de 200 caminhões de lixo deixaram de circular diariamente pelas ruas da cidade, os prédios de apartamentos construídos nos últimos 20 anos também já têm o sistema instalado. Os moradores não precisam mais descer com os sacos até a rua, e em cinco anos, Barcelona inteira não terá mais nenhum caminhão de coleta de lixo circulando pela cidade.

Hoje em todo mundo existem mais de 600 sistemas operando, tanto em obras públicas, quanto em condomínios particulares autossustentáveis. Em 2012 esse projeto deve começar a funcionar no Brasil, em Brasília e São Paulo, porém são obras particulares, em condomínios inteligentes. A Envac, empresa sueca responsável pelo sistema, se instalou no Brasil há poucos anos, e os projetos esbarram na falta de incentivos fiscais. “Fizemos diversos projetos para capitais brasileiras, mas somente empresas particulares são as mais interessadas em implantá-los. O investimento é alto, mas é compensado a longo prazo, pois o custo benefício é excelente”, afirma o diretor comercial da Envac Brasil, Fabio Colella.

O diretor explica que o custo benefício de se ter um projeto igual a esse em um município significa qualidade de vida e redução considerável das emissões de CO2, menos ruídos e odores, melhora o visual das vias, diminui o custo da coleta de 30 a 40% em comparação com o sistema tradicional e é ecologicamente perfeito para solucionar os problemas dos aterros sanitários nas grandes capitais brasileiras. O sistema é eficiente, mas não é barato. A instalação de uma rede capaz de atender a 18 mil famílias custa, em média, 50 milhões de euros. Só em Barcelona já foram investidos mais de 150 milhões de euros.

De acordo com Valdoir Duarte, proprietário da Badu Auto Peças e membro do comitê gestor da CSA (Câmara Socioambiental) da AEMFLO e CDL-SJ um projeto desta magnitude deveria ser olhado com carinho pelos nossos governantes. “Muitos diriam que isso seria impossível de se implantar no Brasil por causa dos problemas de infraestrutura, porém uma ideia excelente igual a essa não pode ser esquecida ou deixada de lado pelos nossos governantes, se todos apoiarem e os poderes constituídos tiverem vontade seria um presente para nós brasileiros, apesar de que antes, devemos nos preocupar em ter 100% de tratamento de esgoto, saneamento básico entre outras necessidades ainda deficientes em nosso país”, declara.

Fonte: Envac, O Globo e Folha Online

27/07/2011

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