Acesso Rápido

Notícias

Atentados queimam a economia da região

20/02/2013

Em menos de um mês, a sociedade catarinense já sofreu 112 atentados (até terça-feira 19/02), atingindo 37 municípios. Ente os ataques, estão a queima de ônibus e de carros particulares, além de ataques a sedes de instituições de segurança e órgãos públicos. Somente a Região Metropolitana de Florianópolis, contabiliza 26 ataques. O resultado é a mobilidade urbana reduzida na região, a sociedade aterrorizada e com sensação de insegurança e o comércio arcando com prejuízos significativos.

De forma demorada, após mais de 15 dias de atentado, o Governo do Estado tomou as primeiras medidas: transferência de presidiários que seriam os mandantes dos ataques, prisões simultâneas com trabalho conjunto da Força Nacional de Segurança, Polícia Militar, Civil e Guardas Municipais das cidades atingidas, deslocamento de mais efetivos às ruas para escolta do transporte coletivo, entre outras ações. Porém, mesmo após os primeiros dias de ação policial, os ataques não cessaram e os horários de ônibus ainda continuam reduzidos no período noturno, das 19h às 23h. Com isso a população e o comércio continuam sofrendo.


As escoltas, que servem de proteção contra os atentados aos ônibus estão com escalas mal distribuídas, atrasando ainda mais os trabalhos nos terminais

Segundo sondagem da FCDL-SC (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina), os prejuízos com os ataques para o comércio catarinense já contabilizam R$ 100 milhões e com previsão de aumento se a situação não normalizar. A pesquisa revelou também que, devido ao horário reduzido dos ônibus, em toda a Região Metropolitana de Florianópolis, desde o dia 30 de janeiro, os empresários estão tendo que reduzir horários de funcionamento do comércio e liberar os funcionários mais cedo ou disponibilizar transporte por conta própria.

Os setores de comércio e serviço se articulam para evitar ainda mais prejuízos com a redução nos horários de ônibus. O presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Tito Alfredo Schmitt, se mostra preocupado com o sentimento de insegurança que se alastra pelo Estado e clama pelo fim do caos, pedindo a normalização da rotina de milhares de estudantes e trabalhadores. “Lamentamos a forma como foi conduzido o caso e a demora de tomada de decisão por parte das autoridades competentes. A sociedade não aguenta mais ser refém da violência e quer uma solução definitiva”, desabafa.


Confira a opinião do presidente das entidades no Jornal RBS Notícias

Prejuízo: empresários são atingidos

O empresário do ramo de transportes de turismo, associado à AEMFLO e CDL-SJ, José Marciel Neis, sentiu diretamente a onda de violência no Estado. Um ônibus de sua frota foi alvo de ataque. Dois homens abordaram o veículo que estava retornando à garagem e, com arma em punho, os bandidos mandaram o motorista descer e atearam fogo, danificando parcialmente o automóvel.

“A sensação que temos é que os bandidos têm comando e o Estado não. A legislação também é falha. Sabemos que grande parte dos bandidos são menores de idade e logo retornam às ruas cometendo novos crimes”, desabafa Neis. O empresário cita a situação e comenta que os atentados se repetem como no fim do ano passado.

Em reunião, representantes do Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Florianópolis), Prefeitura de Florianópolis, Comando da Polícia Militar e Governo do Estado, decidiram que os ônibus terão horário reduzido com escolta a partir das 19h.


Com o horário reduzido os usuários do transporte coletivo são obrigados a enfrentar filas imensas e viajar em veículos superlotados

O presidente das entidades, Tito Alfredo Schmitt, ainda comenta que, com a situação se arrastando por quase 30 dias, o prejuízo para os empresários e trabalhadores é significativo. Ele acrescenta ainda que esses acontecimentos desestimulam o comércio.  

20/02/2013

Mais notícias